- Direto ao Ponto
– Augusto Nunes – Veja.com
Com o olho rútilo e o lábio trêmulo, aos uivos,
urros, berros e zurros, os milicianos do partido que virou quadrilha exigem a
imediata condenação do senador Demóstenes Torres à danação eterna. O país que
presta, que já o castigou com o confisco da credibilidade, entende que o
parlamentar goiano deve pagar pelos pecados cometidos. Mas não é de bom tom
furar a fila do tribunal. Demóstenes acabou de juntar-se ao imenso bloco cuja
comissão de frente, à exceção do tucano Eduardo Azeredo e do governador José
Roberto Arruda, eleito pelo DEM, é constituída exclusivamente por prontuários
forjados nas catacumbas do PT e da base alugada.
O grupo de obscenidades à solta inclui José Dirceu
e seus mensaleiros, Valdomiro Diniz, Antonio Palocci, Benedita da Silva, José
Genoíno, Alfredo Nascimento, Orlando Silva, Wagner Rossi, Delúbio Soares, Pedro
Novais, Renan Calheiros, Fernando Collor, José Sarney e Famiglia, Erenice
Guerra e seus filhotes, Anderson Adauto, Ideli Salvatti, Ana Júlia, Gilberto
Carvalho, Edison Lobão, Edison Lobinho, Agnelo Queiroz, Paulo Okamotto, Carlos
Lupi, Aloízio Mercadante e seus aloprados, Sílvio Pereira, Walfrido dos Mares
Guia, Humberto Costa, Saraiva Felipe, Matilde Ribeiro, Romero Jucá, Silas
Rondeau, Mário Negromonte, Severino Cavalcanti e Fernando Pimentel, fora o
resto.
Se a lei valesse para todos, se a Justiça
brasileira funcionasse, se fosse estendido aos cardeais da seita dos devotos de
Lula o castigo que o rebanho reivindica apenas para Demóstenes Torres, a
multidão encarcerada seria suficientemente numerosa para disputar com o PCC o
controle das gaiolas. Mas não haveria confrontos. Em nome da governabilidade
das cadeias, as duas organizações criminosas logo tratariam de celebrar uma
aliança que garantisse a justa divisão dos lucros.
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