A lei islâmica e suas punições - Você conhece a Sharia?

      A grande polêmica do momento está por conta do governo do Irã, que quer apedrejar uma mulher condenada por adultério. Você conhece a Sharia? Se não conhece, aumente a sua cultura sob o mundo islâmico continuando a ler esse artigo.
     Os muçulmanos adotam como sistema jurídico, a Sharia que prevê punições baseada nos ensinamentos do Islã. Tendo como referência o Corão, os Hadith e decisões tomadas pelos imãs e ulemás. Permite diversas linhas de interpretação surgidas após a morte do profeta Maomé e a expansão do Islã. São elas: as sunitas Hanbai, Maliki, Shafi’i, Hanafi e a xiita Já’fari.
     A Sharia regula as relações familiares, obrigações religiosas e acordos comerciais ou financeiros (de âmbito civil); roubos, furtos e homicídios (criminais).

     São considerados pela Sharia como crimes graves, (Hudud):

     - Adultério – Considerado traição ao próximo. Para ser considerado, o ato da penetração deve ser comprovado por 4 pessoas. A pena prevista é de 100 chibatadas, segundo o Corão, e/ou apedrejamento. Essa pena também é aplicada aos viúvos. O sexo antes do casamento também é punido com chibatadas.
     - Falsa denúncia de adultério – Punida com 80 chibatadas.
     - Alcoolismo – É visto como um ato de maldade contra o próprio corpo. É punido com chibatadas.
     - Blasfêmia – É o pecado de traição a Deus. Punido com prisão perpétua para mulheres e pena de morte para homens.
     - Roubo de viajante – É visto como desrespeito apo próximo, quando é praticado para ganho pessoal. O ladrão tem a mão cortada.
     - Homicídio – A pena é morte por enforcamento ou decapitação para homens e mulheres.

     A Sharia prevê também:

     - A Retaliação (Qísas) – Baseada na Lei de Talião. O agressor é punido com o mesmo mal que infligiu à vítima.
     - A Compensação (Díyya) – É o Pagamento em dinheiro para compensar um crime.
     - Os crimes menores (Tazir) – São punidos com sofrimentos corporais. As penas podem ser anuladas caso a família das vítimas perdoe o criminoso.

TERMOS NECESSÁRIOS AO ENTENDIMENTO DO ARTIGO

     O Hadith (الحديث) ou Hadiz, é um corpo de leis, lendas e histórias sobre a vida de Maomé, (estas histórias chamam-se em Árabe Sunnah e incluem a sua biografia, ou sira) e os próprios dizeres nos quais ele justificou as suas escolhas ou ofereceu conselhos.
Para a maioria dos muçulmanos, o hadith contém uma exposição com autoridade dos significados do Alcorão. A lei islâmica é deduzida dos actos, afirmações, opiniões e modos de vida de Maomé.

     Alcorão ou Corão (em árabe قُرْآن, transl. al-qur’ān, "a recitação") é o livro sagrado do islamismo. Os muçulmanos creem que o Alcorão é a palavra literal de Deus (Alá) revelada ao profeta Maomé (Muhammad) ao longo de um período de vinte e dois anos. A palavra Alcorão deriva do verbo árabe que significa declamar ou recitar; Alcorão é portanto uma "recitação" ou algo que deve ser recitado.

     - Os muçulmanos podem-se referir ao Alcorão usando um título que denota respeito, como Al-Karim ("o Nobre") ou Al-Azim ("o Magnífico").

     - É um dos livros mais lidos e publicados no mundo. É prática generalizada nas sociedades muçulmanas que o Alcorão não seja vendido, mas sim dado

     Um imame, imamo ou imã (em árabe امام, "aquele que guia" ou "aquele que está adiante") é o pregador no culto islâmico e também designa os principais líderes religiosos do Islão que sucederam ao profeta Maomé.

     Um ulemá ou álime (em língua árabe, علماء [Ulamā], singular عالِم [Ālim], "sábio", "conhecedor [da lei]") é um teólogo ou sábio e versado em leis e religião, entre os muçulmanos. Os ulemás são conhecidos como árbitros da charia, o direito islâmico. Embora sejam especialmente versados em direito islâmico, alguns também estudam outras ciências, como filosofia, teologia dialética e hermenêutica alcorânica. Os campos estudados e a sua importância variam conforme a tradição e a escola.

(As definições dos termos árabes, constam da Wikipédia)