- "Até o tolo, quando se cala, é reputado por sábio; e
o que cerra os seus lábios é tido por entendido." (Bíblia Sagrada - Provérbios
17 : 28)
O que a militante política de esquerda Dilma Rousseff deve ter pensado
quando Jimmy Carter, presidente dos Estados Unidos entre 1977 e 1981, começou a
criar dificuldades para a ditadura militar brasileira cobrando mais respeito
aos direitos humanos?
Ela exultou com a postura de Carter? Ou por acaso o censurou
pensando assim: "Quem atira a primeira pedra tem telhado de vidro",
convencida de que "não é possível fazer da política de direitos humanos
apenas uma arma de combate político ideológico contra alguns países"?
Ou foi ainda mais longe e tascou: "O desrespeito aos direitos
humanos ocorre em todas as nações", inclusive nos Estados Unidos. Logo...
Logo Carter deveria levar em conta que o respeito aos direitos humanos "é
algo que temos de melhorar no mundo de uma maneira geral"?
Na época, Carter chegou a despachar sua mulher para uma viagem ao
Brasil. Aqui, ela se reuniu com o presidente Ernesto Geisel e
interrogou-o sobre denúncias de torturas e de desaparecimento de presos da
ditadura. Foi um momento de humilhação para o general. E de conforto para quem
a ele se opunha.
Tudo o que imaginei que a militante Dilma (vulgo Estela ou Vanda)
poderia absurdamente ter pensado a respeito da intervenção de Carter em
assuntos internos do Brasil foi dito ontem pela presidente Dilma Rousseff
em visita à Cuba, onde vigora a ditadura dos irmãos Castro desde janeiro de
1959.
Os dissidentes cubanos torceram por uma atuação de Dilma que lembrasse a
de Carter no passado, quando ele decidiu puxar o tapete de algumas das
ditaduras apoiadas por seu país. Na verdade, Dilma nada tem a ver com
Carter. Mas pelo menos poderia ter sido menos amigável com uma ditadura do
que foi.
Essa história de não se meter em assunto de outro país é um falso dogma.
Se países põem em risco a segurança do mundo ou violam princípios e valores
universalmente aceitos, é compreensível que sejam criticados pelos demais. E
até boicotados em casos extremos.
Lula achou que o Brasil deveria romper relações diplomáticas com
Honduras quando o presidente Manuel Zelaya foi derrubado pelo Congresso, detido
pelo Exército e em seguida deportado. Zelaya voltou escondido ao seu país e se
abancou na embaixada brasileira. Fez dela seu bunker com a concordância de
Lula.
O eclipse da democracia em Honduras durou pouco tempo. Em Cuba se
arrasta há 53 anos.
Fonte: Blog do Noblat - http://oglobo.globo.com/pais/noblat/
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