Estudo concluiu que ambos são benéficos, mas o
consumo de bebidas destiladas não apresentou os mesmos efeitos
Contra doenças
cardiovasculares: vinho e cerveja, diferente de bebidas destiladas, dimiuem
riscos do problema
Enquanto vinho e cerveja agem de maneira semelhante
no organismo, protegendo contra doenças cardiovasculares (desde que consumidos
moderadamente), bebidas destiladas não apresentam o mesmo benefício. Essa é a
conclusão de um meta estudo feito por pesquisadores da Universidade de Boston,
nos Estados Unidos, e publicado no periódico European Journal of
Epidemiology.
Os pesquisadores cruzaram resultados de diversas
pesquisas sobre o assunto. Ao analisarem 16 estudos sobre a relação entre o
consumo de vinho e a redução de risco de doenças cardiovasculares, concluíram
que a ingestão de 21 gramas de álcool ao dia gera, em média, 31% de redução nas
chances de desenvolver o problema. Efeitos semelhantes foram observados em 13
estudos sobre o consumo de cerveja: a ingestão diária de 43 gramas de álcool
foi relacionada com 42% de proteção contra eventos cardiovasculares.
Entretanto, o estudo não identificou uma associação significativa entre consumo
de bebidas destiladas e proteção cardiovascular.
Esses resultados confirmam o que muitos estudos já
haviam dito sobre o consumo de bebida alcoólica: a chamada 'curva em J'. A
pesquisa observou que as pessoas que não bebem cerveja e vinho tem poucos
benefícios relacionados com as doenças cardiovasculares; quando consumidas
moderadamente, essas bebidas são benéficas; mas, se ingeridas exageradamente,
são extremamente prejudiciais. Entretanto, esse padrão não foi observado em
relação ao consumo de bebidas destiladas. Os pesquisadores imaginam que isso se
deve ao fato de esse tipo de bebida estar mais relacionado a consumo excessivo,
e não moderado.
Para os realizadores do estudo, entretanto, os resultados
não permitem chegar a uma conclusão sobre qual substância é benéfica nas
bebidas alcoólicas. Ou seja, não é possível dizer que a proteção contra doenças
cardiovasculares se deve aos polifenóis presentes na cerveja e no vinho e nem
ao álcool, uma vez que os destilados também apresentam essas substâncias.
Não é para você
- Apesar de a bebida
alcoólica, com moderação, proporcionar benefícios para a saúde, ela não é
indicada para todos. Existem pessoas que não devem ingerir quantidade alguma de
álcool, já que os prejuízos são muito maiores do que as vantagens. Sinal
vermelho para quem tem os seguintes problemas:
Doença hepática
alcoólica: é a inflamação no fígado causada pelo uso
crônico do álcool. Principal metabolizador do álcool no organismo, o fígado é
lesionado com a ingestão de bebidas alcoólicas.
Cirrose hepática: o
álcool destrói as células do fígado e é o responsável por causar cirrose,
quadro de destruição avançada do órgão. Pessoas com esse problema já têm o
fígado prejudicado e a ingestão só induziria a piora dele.
Triglicérides
aumentado: o triglicérides é uma gordura tão prejudicial
quanto o colesterol, já que forma placas que entopem as artérias, podendo
causar infarto e derrame cerebral. O álcool aumenta essa taxa. Portanto, quem
já tiver a condição deve manter-se longe das bebidas alcoólicas.
Pancreatite: a
doença é um processo inflamatório do pâncreas, que é o órgão responsável por
produzir insulina e também enzimas necessárias para a digestão. O consumo
exagerado de álcool é uma das causas dessa doença, e sua ingestão pode provocar
muita dor, danificar o processo de digestão e os níveis de insulina, principal
problema do diabetes.
Úlcera: é
uma ferida no estômago. Portanto, qualquer irritante gástrico, como o álcool,
irá piorar o problema e aumentar a dor.
Insuficiência
cardíaca: por ser tóxico, o álcool piora a atividade do
músculo cardíaco. Quem já sofre desse problema deve evitar bebidas alcoólicas
para que a atividade de circulação do sangue não piore.
Arritmia cardíaca: de
modo geral, ele afeta o ritmo dos batimentos cardíacos. A bebida alcoólica
induz e piora a arritmia.
- Redobre a atenção
Há também aqueles
que devem ter muito cuidado ao beber, mesmo que pouco.Tudo depende do grau da
doença, do tipo de remédio e do organismo de cada um.
Problemas
psiquiátricos: o álcool muda o comportamento das pessoas e pode
alterar o efeito da medicação. É arriscada, portanto, a ingestão de bebida
alcoólica por aqueles que já têm esse tipo de problema.
Gastrite: é
uma fase anterior à úlcera e quem sofre desse problema deve tomar cuidado com a
quantidade de bebida alcoólica ingerida. Como pode ser curada e controlada, é
permitido o consumo álcool moderado, mas sempre com autorização de um médico.
Diabetes: Todos
os diabéticos devem ficar atentos ao consumo de álcool. A quantidade permitida
dessa ingestão depende do grau do problema, dos remédios e do organismo da
pessoa. Recomenda-se, se for beber, optar por fazê-lo antes ou durante as
refeições para evitar a hipoglicemia.
Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/vinho-e-cerveja-protegem-contra-doencas-cardiovasculares
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