- Deu na Veja.com, por Ricardo Setti
A ida de Dilma Rousseff (PT) para o segundo turno é uma derrota pessoal para o presidente Lula.
O presidente disse e reiterou que participava da eleição com o nome de Dilma.
Viajou pelo país todo, com Dilma a tiracolo — e ele próprio contou ter realizado mais viagens pela candidata do que em suas próprias campanhas de 2002 e 2006.
Levou multas do Tribunal Superior Eleitoral por atropelar a legislação, e zombou delas. Fez e aconteceu, como se estivesse acima do bem e do mal.
PELA TERCEIRA VEZ CONSECUTIVA, UM 2º TURNO — Agora, pela terceira vez consecutiva, Lula, pessoalmente ou por interposta pessoa, terá que atravessar um segundo turno para chegar à Presidência, ou ver nela instalada a candidata que tirou do bolso do colete.
O presidente, já derrotado por Fernando Collor em 1989, perdeu a seguir duas vezes consecutivas — e no primeiro turno — para FHC (1994 e 1998) e, nas duas eleições seguintes, não conseguiu repetir a proeza que o grande adversário conseguira frente a ele próprio: foi obrigado a batalhar num segundo turno contra os tucanos José Serra em 2002 e Geraldo Alckmin em 2006.
FESTA ANTES DA HORA — Além de tudo, o presidente não escondia sua felicidade pela vitória que já antevia de Dilma sem necessidade da segunda rodada.
O otimismo de Lula contagiou todo o PT, que comemorava antecipadamente uma vitória que, no final das contas, não chegou — ou pelo menos não chegou ainda.
Até festa de vitória já estava preparada, e tudo acabou para o armário e para a geladeira.
O presidente, cá para nós, fez feio ao não aparecer em público depois do resultado. Dilma teve grandeza, agradeceu a equipe e os eleitores e cumprimentou os adversários.
Apesar do grande número de vitórias nos estados, o presidente Lula — tenham certeza — foi dormir de cabeça quente.
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