Min. Joaquim Barbosa - STF |
- Por Pedro Luiz
Rodrigues
Uns e outros, umas e outras, tendo tido notícia dos
vínculos da amizade - respeitosa e distante - que mantenho com o Ministro
Joaquim Barbosa, hoje no exercício da Presidência do Supremo Tribunal Federal
(STF), pedem-me que não deixe de lhe transmitir, o quanto antes, e com a
efusividade possível, o grau de admiração que por ele nutrem, por ter a coragem
de dizer o que todos nós, cidadãos e contribuintes, temos entalados no pensamento
ou na garganta, atônitos diante de tanta coisa errada e de tanto malfeito neste
nosso querido Brasil. Pedem-me, também, certamente cheios de querer bem, para
transmitir ao Ministro Joaquim o estímulo para que continue a se indignar e a
dizer o que diz, com ênfase e clareza, quando diante de maquinações maléficas
dos graúdos. Mas sugerem também ao Ministro que ao combater o mal, faça-o de
maneira menos agressiva. Segundo esses e essas, o Ministro estaria
acertando no conteúdo, mas extrapolando na forma. A esses amigos e amigos,
recordo o ditado latino pelo qual se guiava o ex-Ministro da Economia, Marcílio
Marques Moreira, com quem tive o prazer de trabalhar em Washington e em
Brasília: “suaviter im modo, fortiter in re”, algo como “suave na forma, forte no
conteúdo”. Mas acontece que o Ministro Marcílio é o Ministro Marcílio, e o
Ministro Joaquim é o Ministro Joaquim.
Não quero gerar confusão com este parágrafo enorme
que abre meu artigo de hoje. Simplesmente quero dizer que cada um tem sua
história, e cada um se expressa conforme seu enredo. Meu estilo pessoal é mais
parecido com o do Marcílio, tanto assim que em mais de uma ocasião tomei de
empréstimo seu bordão latino. Mas compreendo perfeitamente o Ministro Joaquim.
Se de vez em quando ele extrapola e se expressa com bronca pura, é porque
sabe que em alguns casos os recatos da diplomacia são insuficientes para
manifestar a indignação. É preciso, vez por outra, chutar o pau da barraca. Não
estarão as pessoas de bem, a vasta maioria dos quase duzentos milhões de
brasileiros e brasileiras, prestando especial atenção ao Ministro em parte
porque, diante do mal-feito, ele se manifesta como nós todos gostaríamos de nos
manifestar? A quem não o conhece de perto, asseguro que o Ministro Joaquim
Barbosa é uma pessoa ótima, normal como nós todos, mas, advirto, tem estopim
curto. A dor nas costas, ajuda a acentuar esse traço do temperamento. Mas
quando sente que de fato ultrapassou os limites, como ocorreu recentemente em
relação ao um repórter do Estadão, ele se penitencia, pede desculpas.
Não é à toa que quando o Ministro Joaquim circula
por Brasília ou por qualquer outro canto do Brasil, as pessoas se acotovelem
para chegar perto dele, para trocar uma palavrinha. Outro dia foi tanto o
entusiasmo e o bem-querer que os que o acompanhavam para uma Aula Magna na UnB
chegaram a temer pela integridade física do nosso Presidente do STF. Mas qual o
quê! Saiu-se muito bem, falou com muitos, fez um excelente discurso e foi
muitíssimo ovacionado.
Queria fazer um comentário sobre sua recente
entrevista no Canal Brasil. Não são só os muitos milhões de brasileiros
de ascendência africana que o admiram, são os muitos milhões de brasileiros, de
todas as raças, credos e religiões, que se associam com modo direto do Ministro
Joaquim na procura de um Brasil não apenas mais justo, mas mais
sério e melhor.
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