No Palácio do Planalto o clima ainda é de
perplexidade com a nova fase da Operação Lava Jato, chamada de Acarajé.
Integrantes do governo foram surpreendidos e não esperavam o pedido de prisão
do publicitário João Santana, que foi marqueteiro das campanhas de Dilma
Rousseff em 2010 e 2014 e da campanha do ex-presidente Lula em 2006.
Um dos focos da Acarajé são valores recebidos por
João Santana em 2014, quando ele fez a campanha para Dilma no Brasil e para um
candidato derrotado no Panamá, país onde a Odebrecht tem forte atuação.
Ao Blog, um ministro foi cauteloso em
relação ao alcance da Acarajé. "Até agora é difícil de avaliar, pois não
conheço as razões para o pedido de prisão de Santana", disse esse auxiliar
de Dilma, para, em seguida reforçar o discurso preventivo ensaiado pelo
Planalto: "Agora, se for recebimento de dinheiro lá fora, há que se
considerar que João Santana fez e faz campanhas em vários países e, portanto, é
preciso saber de quem é o pagamento", concluiu.
Apesar da preocupação, auxiliares da presidente
Dilma têm garantido que não há qualquer irregularidade no pagamento feito para
João Santana na campanha de 2014.
"Não é possível que a gente não tenha
aprendido com o episódio de Duda Mendonça", ressaltou um assessor da
presidente, numa citação ao publicitário Duda Mendonça, que confessou à CPI dos
Correios em 2005 que recebeu recursos não contabilizados no exterior pela
campanha de Lula em 2002. O episódio gerou grave crise política no auge do
escândalo do mensalão, mas Duda acabou absolvido no STF.
A ordem no governo é de aguardar os desdobramentos
e explicações do marqueteiro João Santana. Há o reconhecimento de que a Acarajé
terá forte impacto político, podendo ampliar a paralisia das votações no
Congresso e fortalecer o discurso do "fora Dilma", que tem sido feito
pela oposição.
Fonte: http://g1.globo.com/politica/blog/blog-do-camarotti/post/acaraje-gera-perplexidade-no-planalto.html
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