Por Carlos Chagas
Continuando a crise
como vai, entre aumento de impostos, desemprego, recessão, supressão de
direitos trabalhistas e cortes nos investimentos sociais, ousaria a presidente
Dilma apelar para uma espécie de união nacional para evitar o pior? Abriria mão
de sua arrogância para que se reunissem as diversas forças políticas,
partidárias, econômicas e sindicais na busca de uma saída para o impasse?
Melhor seria
perguntar como reagiriam os variados segmentos da sociedade para depois meditar
sobre a viabilidade da iniciativa. E a resposta quem primeiro avança é a
oposição, na palavra do senador Alvaro Dias, reeleito pelo PSDB do Paraná. Em
seu terceiro mandato, o ex-governador responde com um sonoro NÃO, acrescentando
que antes de se cogitar na união nacional deveria ser votado o impeachment da
presidente da República. É total, para ele, a ausência de condições e de clima
para um movimento de união, de tal envergadura, em torno do governo. Melhor que
antes esse governo seja deposto, claro que dentro do ritual democrático e
constitucional.
Alvaro Dias
identifica unanimidade no ninho dos tucanos a respeito da rejeição de qualquer
diálogo com os detentores do poder. E trabalha para apresentar o impeachment
como saída para a crise. Tem consciência de que, mesmo divididas, as forças
oficiais, no Congresso, atuariam para obstar a hipótese. Seria preciso aguardar
o climax, para ele inevitável, tendo em vista a incompetência do governo e do
PT para agir no rumo de uma saída. O importante, na quadra atual, é apontar os
desmandos verificados e a impossibilidade de solução. Não dá, em seu entender,
para aguardar quatro anos até que as eleições surjam como alternativa. O rolo
compressor da aliança PT-PMDB e penduricalhos só será implodido quando o
fracasso nacional alcançar o máximo nível. Pode ser este ano, pode ser no
próximo, mas aguardar 2018 será fatal para o país e as instituições.
O impeachment
parece algo inimaginável, mas, segundo o senador, dependerá de alguns fatores.
Por exemplo: das evidências do conhecimento e do envolvimento das principais
figuras do governo, a começar pelo Lula e por Dilma, nas lambanças da Petrobras
e outras entidades controladas por eles. Também o retrocesso imposto à economia
e às finanças pelos que deveriam controlá-las. Um inusitado qualquer, ou seja,
uma explosão popular, levaria de roldão as frágeis estruturas sustentadas pelos
inquilinos do palácio do Planalto.
Em suma, começa a
ser trilhado um caminho diferente, em condições de gerar o caos. Seu
desenvolvimento dependerá da capacidade de o governo e o PT impedirem que a
população se desespere. Pelo jeito, até agora, não está acontecendo.
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