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Tudo
bem que a política seja a segunda profissão mais antiga do mundo e que tenha
muita semelhança com a primeira, segundo Ronald Reagan. Mas o atual Ministro da
Justiça e futuro Ministro do Supremo, José Eduardo Cardozo, que não é nenhum
analfabeto, deveria ter aprendido que à mulher de Cesar não basta ser honesta,
tem que parecer honesta. Esta frase, que surgiu após um escândalo em Roma, por
volta de 60 A.C, envolvendo o homem mais poderoso do mundo de então, sua mulher
Pompeia e um nobre pretendente, Clódio, vem sendo usada à exaustão para dizer
que em política, os governantes, além de serem honestos, precisam agir como
tal. Nosso Ministro parece que não aprendeu esta lição da história quando
recebeu, às escondidas e fora da agenda oficial, a visita de advogados de
empreiteiras envolvidas no Petrolão e quando deu de cara por acaso (vejam só,
por acaso!) na antessala do seu gabinete ministerial com o advogado Sérgio
Renault, que defende o Presidente da UTC, Ricardo Ribeiro Pessoa. O Renault,
que não é marca de carro mas que se locomove com facilidade nos meandros de
Brasília, tinha ido lá para se encontrar com o petista Sigmaringa Seixas para
irem almoçar juntos. Dá para acreditar?
A
verdade é que quanto mais Cardozo tenta se explicar mais ele complica a
situação. Não precisa ser doutor, mestre ou PhD para perceber que isso tudo é
conversa para boi dormir e que deve ter gato na tuba. Será que este episódio
faz parte de uma conspiração que pretende livrar empresários corruptos, já que
o Ministro da Justiça teria dito que a operação Lava Jato sofreria uma guinada
radical nos próximos dias, em favor dos empreiteiros?
Tá
na cara que estes famigerados cidadãos estão buscando cobertura política para
seus gigantescos atos de corrupção, e que têm muitos ases na manga do colete
capazes de cooptar para a sua causa personagens importantes como o “padinho”
Lula e seu sócio Paulo Okamoto. Este, sem nenhuma cerimônia, confirmou ter sido
procurado no Instituto Lula por várias empresas, e aproveitou para soltar uma
frase lapidar em entrevista concedida ao jornal O Estado de S. Paulo: “no
Brasil, infelizmente, todo o mundo corrompe um pouquinho. Nego atravessa pelo
acostamento, nego fala ao telefone celular, dá um dinheirinho aí para o
guarda"... Esta verdadeira bofetada nos cidadãos que são honestos e
decentes, que pretende dizer que corrupção faz parte da cultura brasileira e
que somos 200 milhões de marginais, é de causar indignação. Onde chegou a
desfaçatez de homens públicos como ele, Okamoto, que ocuparam cargos na
administração federal? É claro que Lula não sabe nada disso...
Infelizmente,
dá para cheirar pizza - e o cheiro é forte. Se o esquema no poder conseguir
livrar os empreiteiros da cadeia, fica pavimentada a estrada para livrar os
políticos, cuja relação de delinquentes nem sequer foi publicada ainda. Mas,
como diz a Bíblia, Deus ajuda quem cedo madruga, o que significa que é melhor
começar a trabalhar o quanto antes ou não haverá Papuda que aguente tanta
gente, apesar das celas vagas deixadas pelos mensaleiros, que estão todos na
rua, menos os que não são políticos.
Ainda
vai rolar muita água debaixo da ponte. Oxalá o juiz Sergio Moro resista aos
ataques da matilha de plantão e continue firme levando as investigações até o
fim. E que a justiça seja feita. Desta vez não haverá embargo infringente que
resolva porque agora a população está muito mais atenta do que esteve no
mensalão e não vai engolir mais esta sacanagem monumental que tanto envergonha
a Nação.
Dia
15 de março haverá manifestações em todo o país pelo impeachment da presidente
Dilma Rousseff, que apesar de ter sido reeleita há poucos meses parece estar em
fim de mandato. E cujo desgoverno nos levou para o buraco onde estamos. Mais do
que um protesto pessoal contra ela, o povo irá às ruas para enfatizar o seu
repúdio ao PT, partido em decomposição que vem avacalhando o país há 12 anos.
Apesar
dos black blocs, invenção maquiavélica feita para desestruturar os movimentos
de massa de gente do bem e afasta-las das ruas por medo de serem vítimas de
vandalismo, é de se esperar que milhões de brasileiros desfilem seu repúdio ao
“status quo” e exijam mudanças, que se não acontecerem sentenciarão o Brasil a
ser o único país do planeta onde as perspectivas são piores do que a realidade.
Apesar dos esforços do Ministro Joaquim Levy.
Faveco
(Flávio Corrêa), jornalista, publicitário, consultor, escritor e palestrante é
presidente da Brandmotion Consultoria de Fusões e Aquisições, da Fundação
Cultural Exército Brasileiro e do Conselho da ADVB. (blog: www.faveco.com.br)
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