O governo do PT inventou um ministério,
o da Igualdade Racial, para cuidar de algo que não existe entre seres
humanos, segundo a ciência. Raça é um conceito conveniente
apenas para neonazistas e a esquerda fabricante de burocracia e
ressentimento. Promover a "igualdade racial" implica reconhecer
que há distinção entre pessoas de diferente cor de pele, um pensamento
racista com aparente sinal invertido. Combater a discriminação é (ou
deveria ser) justamente o contrário: afirmar que, como foi o racismo
a criar as raças, ser branco, negro, amarelo ou vermelho não significa nada
perante uma sociedade e um Estado que querem estimular a igualdade de
oportunidades.
A função de um ministério da
Igualdade Racial é, portanto, criar problemas. A nova ministra, Nilma Gomes,
criou um na área literária e educacional. Ela recomendou banir Monteiro Lobato
das escolas porque Tia Nastácia, quando alvo de desaforos das
crianças do Sítio do Picapau Amarelo, é chamada de "macaca" e
"negra beiçuda", entre outras delicadezas. Nilma (que o
computador insiste em corrigir para "Dilma") é também autora de
livros infantis. Num deles, o protagonista negro, ainda na barriga da mãe,
começa a sambar seguindo o ritmo do pandeiro. Monteiro Lobato seria proibido
porque disseminaria estereótipos racistas, mas negro com DNA de sambista, de
acordo com Nilma Gomes, é um exemplo perfeito para a meninada.
O paulista Monteiro Lobato era tão
racista quanto o carioca Euclides da Cunha (o nordestino era um forte, mas
resultado de miscigenação indesejável) ou o português Luís de Camões (os
mouros eram "perros", ou "cães"). Ele escreveu uma obra, e
não só infantil, com elementos datados do começo do século XX, assim como
Euclides da Cunha o fez em "Os Sertões". Do ponto de vista histórico,
certas visões de ambos podem ser consideradas tão
circunstanciais como as de Camões, do século XVI -- e constituem
notas de rodapé diante da grandiosidade dos autores. Mas como justificar o
bebê sambista da inquisidora Nilma Gomes?
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