– Por CARLOS CHAGAS
Esse episódio
corriqueiro leva-nos a passar do particular para o geral. O que chama a atenção
é o permanente estado de irritação da chefe do governo. Aliás, permanente desde
seus tempos no ministério das Minas e Energia, depois na Casa Civil e na
presidência da República. Ela está muito mais para Ernesto Geisel do que para
Fernando Henrique ou o próprio Lula. O general explodia até quando perdia o
jogo de biriba, o sociólogo respirava dez vezes antes de encontrar uma forma de
achar tudo normal e o líder sindical conseguia superar percalços virando um
copinho ou outro do precioso líquido escocês.
Dilma, não. Leva
para o palácio da Alvorada frustrações e ressentimentos, esmaecidos apenas
quando visitada pelo netinho. Como regra, porém, explode diante de
ajudantes-de-ordem, garçons, auxiliares de toda espécie e principalmente
ministros, cobrando justa ou injustamente falhas e omissões. Ou deveres de casa
diligentemente feitos.
Dilma aguentará
assim mais quatro anos? Ou, invertendo-se a equação, aguentará assim sua
equipe, renovada ou não? Impossível evitar o contágio. De uns anos para cá o
país ficou irritadiço. Intolerante por conta do sistema em cascata. Não tendo
em quem desabafar, o cidadão comum chuta o cachorro. Quando recebe um
“bom-dia”, indaga do interlocutor o porque, já que está chovendo ou fazendo
calor…
Necessitaria o
país de um refrigério. Vem aí o Natal, depois o Carnaval. Em paralelo, a crise
econômica, a roubalheira na Petrobras, a inflação e mesmo os rescaldos do sete
e um com a Alemanha. O diabo é saber que quatro longos anos custarão a passar.
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