- Pastoral do
boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 24.3.13
Muita gente entre
nós confunde religião e magia. Isto se deve a três fatores: a Bíblia vista como
livro de receitas mágicas, o pastor visto como pajé, e o culto entendido como
manipulação de forças espirituais. Os dois últimos são a base de cultos
animistas e pagãos. Juntou-se-lhes a compreensão errada da Bíblia (primeiro
item) e eis uma prática animista com tintura bíblica. Não se estuda a Bíblia
para reger a vida por ela, mas para extrair práticas que legitimem a magia
bíblica.
Há muitas diferenças entre magia e religião. Pelo espaço e natureza desta
pastoral, cito três:
(1) A magia busca manipular forças espirituais para
benefício; a religião procura a vontade de Deus e o ajustar-se a ela;
(2) A
magia busca facilidade para viver; a religião busca maturidade para saber
viver;
(3) A magia busca resolver problemas pessoais, sem noção do outro; a
religião se preocupa também com o próximo e o mundo. Na magia, a questão é: eu
diante da força espiritual ou cósmica para resolver meu problema. Na religião,
a questão é como ser usado por Deus como agente de transformação.
O evangelho não é
magia. Alguns cultos não refletem sobre Deus, mas sobre como usá-lo. Ou são
formatados para as pessoas se sentirem bem. Muitos cânticos seguem esta linha:
criar uma sensação de bem estar, de relaxamento espiritual, em vez de proclamar
as grandes verdades da Bíblia. A música evangélica não apenas expressa
sentimentos, mas também proclama a grandeza de Deus, seu amor, sua salvação.
Mas eis visão de magia: o culto é para nos sentirmos bem, não para estarmos
diante do Totalmente Outro, do Transcendente, do Santo, e nos submetermos a
dele.
A experiência de
Isaías foi fantástica. Entre a fumaça viu Alguém no trono. Ficou aterrado (Is
6.5). Arrebatado em espírito, João teve uma visão do Cristo glorificado.
Resultado: “Quando o vi, caí aos seus pés como morto” (Ap 1.17). O verdadeiro
culto produz temor, reverência, consagração e serviço. Como Isaías: “E eu
respondi: Eis-me aqui. Envia-me!” (Is 6.8). Há muita adoração e louvor hoje!
Multiplicam-se cultos e reuniões evangélicas! Mas há escassez de santidade e de
serviço. As pessoas vão aos cultos, sentem-se bem, fazem uma catarse, mas não
são transformadas! Os líderes evangélicos não têm reputação de santos no
Brasil, mas de espertalhões.
Magia ou religião?
Liberação emocional ou adoração? O Deus verdadeiro, manifestado em Jesus, ou a
estética do culto? Foi o Ruah (Espírito) de Deus quem falou
ou a psiquê (a interioridade) que se manifestou? Magia aliena
e produz uma vida vazia e artificial. A verdadeira religião, o evangelho de
Jesus, produz segurança, equilíbrio, maturidade, realização. É dizer “achamos o
Messias” (Jo 1.41).
Você busca magia ou
religião?
Fonte:IsaltinoGomesCoelho Filho
http://www.isaltino.com.br/2013/03/religiao-ou-magia/
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