(a) pastores
do rebanho de Deus. Eles devem cuidar, guiar e alimentar o povo de Deus com a
verdade de sua Palavra, assim como bons pastores de ovelhas cuidam para que
elas tenham pastos verdejantes e água adequada. Eles são:
(b) vigias
que são responsáveis pela alma dos homens, sendo obrigados a dar conta de sua
supervisão. Eles também devem ser:
(c) exemplo para
o povo Deus, jamais agindo como dominadores (1Pe 5.1ss). Entre as várias
atribuições que encontramos mencionadas na Escritura, destacamos as seguintes:
os presbíteros devem visitar os enfermos (Tiago 5.14); garantir
que tudo na igreja seja feito com decência e ordem (1Co 14.37-40); lutar
contra a falsa doutrina (Atos 20.28-30); evitar disputas infrutíferas sobre
meras palavras (2Tm 2,14); exortar o povo (Tito 1.4); e
juntamente com os presbíteros de outras igrejas devem resolver as disputas que
surgem em sua congregação sobre a base da autoridade suprema da Bíblia (Atos 15).
2. É claro a
partir dessa breve investigação, e de outros textos similares, que o presbítero
é primariamente responsável por manter uma supervisão dos membros particulares
da igreja local. A passagem de 1 Pedro 5.2-3 sugere que todo presbítero na era apostólica
recebia uma esfera específica de dever e autoridade. (Um bairro com várias
famílias era designado à responsabilidade particular de determinado
presbítero?) Ele também tinha que se preocupar com o bem-estar da congregação
como um todo. A vida corporativa da igreja estava sendo mantida fiel às
Escrituras? O Evangelho verdadeiro estava sendo fielmente pregado, os sacramentos
corretamente administrados e a disciplina eclesiástica fielmente mantida? A
doutrina, adoração e governo da igreja estavam sendo mantidos de uma forma
bíblica? Sem dúvida, é evidente quão artificial seria imaginar que os
presbíteros tinham apenas uma função real [de rei]!
3. Para
realizar essa tarefa importantíssima, é óbvio que o presbítero regente de hoje
precisa
estar bem arraigado nas Escrituras. Ele precisa de uma boa compreensão do que
chamamos “teologia bíblica”, o entendimento do processo de autorrevelação de Deus
na história, como apresentado na Escritura. Como ele pode proteger o rebanho
das más interpretações atomistas das seitas de hoje, se ele não sabe como
interpretar um texto particular da Bíblia à luz desse desdobramento da
revelação de Deus? Novamente, ele precisará ter uma boa noção de “teologia
sistemática”.
Numa seção anterior,
o autor tentou demonstrar que “tanto presbíteros como diáconos incorporam a autoridade
delegada de Cristo. A medida desse dom difere, mas há um aspecto ou elemento
profético, sacerdotal e real na obra dos presbíteros e dos diáconos”.
[N. do T.] Dificuldades
que surgem na vida dos crentes são devido a uma carência do entendimento da
verdade de Deus como um sistema coerente. O resultado é que eles carecem da
habilidade para distinguir coisas que são diferentes. Como os presbíteros podem
ajudar a aliviar essa fraqueza, se eles mesmos carecem de discernimento? Aqui vemos
a importância prática de pelo menos um entendimento modesto da história da
Igreja. A maioria dos nossos problemas modernos é pouco mais que versões recauchutadas
de heresias e movimentos contra os quais a Igreja já lutou no passado. E, sem
dúvida, os presbíteros precisam entender os princípios de governo eclesiástico.
Observamos essas coisas, primeiro, porque não queremos que algum leitor pense
que minimizamos a educação. É essencial que todos os presbíteros da igreja
sejam bem versados nesses assuntos. Mas tendo dito isso com ênfase, é
igualmente importante observar que a maioria das qualificações para o ofício de
presbítero não possuem caráter acadêmico. Aqui está, em nossa opinião, a fraqueza
básica em nosso atual sistema de treinamento de presbíteros docentes.
Não é autoevidente que o apóstolo, ao apresentar as várias exigências para o
ofício na igreja primitiva, esperava que as pessoas escolhessem dentre eles
(Atos 6.3) homens que satisfizessem aquelas exigências? Não é igualmente autoevidente
que as pessoas poderiam fazer isso somente se tivessem um relacionamento
relativamente de longo prazo com os homens que estavam avaliando? É justamente
aqui que vemos um sério problema hoje. O sistema atual de treinamento via Seminário
não fornece essa exposição contínua daqueles que desejam ser presbíteros
docentes aos membros da congregação. As congregações geralmente chamam
homens de quem têm pouco ou nenhum conhecimento íntimo. Isso nem sempre foi
assim. Antigamente no Presbiterianismo Americano, os pastores eram com
frequência treinados por pastores enquanto viviam com a congregação. Cremos que
é tempo de buscar restaurar essa dimensão. Talvez a invenção providencial de
meios de comunicação por meio dos quais a instrução pode ser ministrada à
distância nos ajudará a preencher essa lacuna. O povo de Deus deveria conhecer
os homens que chama. Deveria conhecê-los bem o suficiente para determinar o seu
voto com base em todas as qualificações listadas pelo apóstolo, e não apenas
aquelas que são acadêmicas.
Fonte: Trecho
do excelente artigo A Look at the Biblical Offices, de G. I. Williamson, que
apareceu na revista Ordained Servant vol. 1, no. 2 (Abril 1992). - http://www.monergismo.com/wp-content/uploads/responsabilidade-presbitero-williamson.pdf
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