"O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética... O que me preocupa é o silêncio dos bons." - Martin Luther King

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

De olho nos líderes mais jovens

O Rev. Rubens Ramiro Muzio, líder da Sepal de Londrina (PR), concedeu uma entrevista para a revista Liderança Hoje falando um pouco sobre essa nova geração.
De olho nos líderes mais jovensCoordenador do Projeto Brasil 21, programa que mescla ações de evangelismo, discipulado e plantação de igrejas, líder da Sepal em Londrina (PR) e autor de livros como O DNA da Igreja (Editora Esperança) e O DNA da vida cristã (Voxlitteris), o Rev. Rubens Ramiro Muzio disse, ao analisar a atual geração, que é preciso investir mais nos jovens líderes evangélicos. "Pensam o cristianismo de maneira mais sistêmica, com mais integralidade; desejam trazer os valores do Reino de Deus ao mundo; querem ver a cidade transformada e não apenas levarem almas para o céu", afirma Muzio, que concedeu a seguinte entrevista a Cleber Nadalutti, editor executivo de LIDERANÇA HOJE:

Essa geração evangélica é questionadora?
Sim, mas não no que concerne à reflexão teológica e bíblica. Na verdade, penso que o questionamento é mais resultado da assimilação das leis do mercado. Diante de tantos produtos religiosos e opções eclesiásticas, lamentavelmente o 'crente-cliente' se vê com total liberdade para utilizar critérios consumistas na escolha da melhor igreja, pastores e ministérios. O envolvimento nas igrejas, em geral, é estritamente opcional e exercitado pelo indivíduo, com sua própria decisão pessoal. Como resultado, os membros são vistos como consumidores religiosos atrás de produtos, buscando os serviços religiosos que melhor se encaixem às suas necessidades pessoais.

A nova geração respeita as autoridades (inclusive o pastor)?
Se você se refere à nova geração de líderes e jovens cristãos com menos de 35 anos de idade, eu creio que sim. Eles estão ainda muito abertos! Eu particularmente sinto maior sensibilidade desses jovens líderes que dos pastores e líderes mais maduros. Na verdade, a geração mais antiga não soube passar o bastão e dificilmente compreenderá as profundas mudanças que aconteceram no século 21; não está disposta a fazer movimentos na vida mais sérios, mais profundos. O pessoal mais jovem – de menos de 35 anos –, contudo, está mais sedento para ouvir e dialogar, quer ser desafiado.

De que maneira a juventude – incluindo aqui os adultos jovens – tem se inserido na sociedade, buscando ser aquilo que Jesus propunha: ser sal com gosto e luz que, de fato, ilumina o caminho das pessoas?
Os jovens cristãos maduros pensam o cristianismo de maneira mais sistêmica, com mais integralidade; desejam trazer os valores do Reino de Deus ao mundo; querem ver a cidade transformada e não apenas levarem almas para o céu. Por isso, questões sociais e ecológicas fazem parte de suas agendas e inserem-se dentro de sua espiritualidade. Isso é muito positivo. O grande desafio deles talvez seja aprender a ler e meditar nas Escrituras Sagradas ao mesmo tempo em que refletem e analisam a situação do mundo. O equilíbrio entre comunhão com Deus, Sua vontade e Sua Palavra por um lado, e a realização pessoal, o sucesso e a análise das questões sociais de outro, é importantíssimo. O sucesso é medido pela minha vida perante Deus, meu crescimento a semelhança de Cristo, no caráter e não pelos aplausos. Aqueles que querem preencher o vazio interior através do serviço ao próximo irão apenas espalhar sua infelicidade mais adiante. Pessoas que desejam ajudar e fazer coisas pelos outros ou pelo mundo sem aprofundar seu autoconhecimento, sua compreensão de si mesmos, sua liberdade pessoal, sua capacidade para amar, descobrirão cedo ou tarde que não tem nada a oferecer.

Quais são os desafios da Igreja hoje diante de tanto materialismo?
Este é um momento de humildade e gratidão. A igreja está crescendo e o povo se enriquecendo e devemos ser muito cuidadosos com o gerenciamento de nossos bens. Devemos ser mais generosos e menos focados na construção dos nossos próprios impérios! Precisamos ser menos amantes do consumo, do entretenimento e dos bens materiais, e levar uma vida mais simples, sendo desapegados das coisas.

Como alcançar os jovens e adultos jovens desigrejados?

Os jovens brasileiros ainda estão muito abertos para as questões espirituais. Na verdade, estão entre os jovens mais abertos no mundo inteiro. Devemos tratá-los com respeito e seriedade, sem fazer marketing, respeitando-os em seus questionamentos, propondo uma caminhada de discipulado e semelhança a Cristo. Devemos tratá-los de igual para igual, com uma visão clara do Reino de Deus e fundamentada nos valores bíblicos.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Padilha tenta inventar a tese da xenofobia e do racismo para esconder o óbvio: ele toca um programa que escraviza sem preconceitos: brancos, negros, mestiços, homens, mulheres…

Uma coisa é a gente não gostar do governo, ser crítico, achar que é incompetente. Outra, diferente, é ter de sentir vergonha do que vê, ouve e sabe. Na segunda-feira, profissionais de saúde participaram de um protesto em frente à Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP-CE), onde alguns médicos estrangeiros, que vieram para o programa aloprado de Dilma Rousseff e Alexandre Padilha, participavam de uma solenidade. A assessoria do Ministério da Saúde diz que, durante o ato, o secretário de Gestão Estratégica e Participativa da pasta, Luiz Odorico Monteiro de Andrade, levou um tapa. Se aconteceu assim, não pode acontecer mais. É inaceitável. A reação do governo federal, no entanto, por intermédio do ministro-candidato Alexandre Padilha e do próprio Andrade é absurda. Não tendo como justificar o regime de contratação dos cubanos, os petistas tiveram uma ideia. Reproduzo a fala do ministro ao comentar o episódio:
“Lamento veementemente a postura de alguns profissionais, porque eu acho que é um grupo isolado, de ter atitudes truculentas. Incitam o preconceito, a xenofobia. Participaram de um verdadeiro corredor polonês da xenofobia, atacando médicos que vieram de outros países para atender a nossa população apenas naqueles municípios onde nenhum profissional quis ir atender a nossa população”.
Há, nessa fala, uma impressionante soma de tudo o que não presta. Se há coisa de que os brasileiros não podem ser acusados, convenham, é de xenofobia. Ao contrário. No geral, há uma cultura de tolerância com os estrangeiros e, a depender do caso, até de deslumbramento. Quem alimenta certo lastro de rancor contra um povo em particular — o americano — é o governo petista. Como esquecer aquela fala gloriosa de Luiz Inácio Apedeuta da Silva, segundo quem a crise internacional tinha sido criada por “gente loura e de olho azul”? E a acusação de racismo, de onde vem?
Alguns dos médicos e médicas que chegaram ao Brasil, especialmente os vindos de Cuba, são negros. No protesto no Ceará, os manifestantes acusavam o Ministério da Saúde de explorar trabalho escravo. Andrade, o auxiliar de Padilha, deve ter ficado com o juízo meio perturbado. Afirmou:
“O que a gente presenciou foi um ato de truculência, violência, xenofobia, racismo e preconceito. Os médicos brasileiros presentes no ato agrediram verbalmente os médicos cubanos, chamando-os de escravos, de incompetentes e mandando eles voltarem para suas senzalas. Quando os médicos saíram, eu fui agredido com murros, empurrões, tapas, e um ovo acertou a minha camisa.”
Comento
Um tapa ou um monte deles, qualquer coisa é inaceitável! Mas a acusação de “racismo” — porque alguns médicos são negros, e os brasileiros acusam a existência de trabalho escravo — é de uma má-fé que impressiona. Obviamente, os que se manifestam não estão se referindo nem à origem (não é xenofobia) nem à cor da pele dos profissionais. Estão é protestando contra o regime de trabalho acordado entre os governos do Brasil e o de Cuba. Eles estão reagindo ao fato de que o nosso país pagará R$ 10 mil mensais por profissional, mas este verá apenas uma pequena parte desse dinheiro — algo em torno de 20%. A situação é de tal sorte surrealista que as autoridades brasileiras nem mesmo sabem quanto a tirania comunista repassará aos médicos. Isso é lá com ela. Ora, parece evidente que profissionais bem remunerados tendem a trabalhar mais satisfeitos. Até com os cubanos deve ser assim.
Cabe a pergunta: só haverá negros entre os 4 mil cubanos? Segundo o censo de 2002, assim se distribuía a população da ilha: 7.271.926 brancos (65,05%), 1.126.894 negros (10,08%) e 2.778.923 mulatos (24,86%). Ou por outra: em termos percentuais, há mais negros e mestiços somados no Brasil do que em Cuba. Quando os médicos brasileiros gritaram “escravos!” e os convidaram a voltar às suas respectivas senzalas — na hipótese de que tenha acontecido assim mesmo —, era o regime de trabalho que estava sendo atacado. Escravo, branco ou negro, “Isauro” ou não, é todo aquele que não tem liberdade de ir e vir; que não é dono do seu próprio trabalho (porque o estado dele se apropriou); que é obrigado a servir a um senhor, caso contrário, virá a punição. E não é rigorosamente essa a situação dos médicos cubanos que vieram ao Brasil, qualquer que seja a cor de sua pele? De resto, constato: se os 4 mil médicos forem um espelho da população de Cuba, haverá mais brancos entre eles do que negros. Caso se verifique o contrário, então será preciso examinar a hipótese de racismo, sim, mas em Cuba.
Não, senhor ministro! Não, senhor secretário! As excelências estão apertando o botão do racismo porque sabem que o programa em curso fere diversas leis do nosso país. Então cumpre evocar essa farsa na aposta de que os absurdos nele contidos se percam num debate lateral. Escravos, sim! São escravos porque não são donos do seu trabalho, porque não são donos do seu corpo, porque não são donos de sua própria consciência. O mais massacrado dos operários, nos momentos mais terríveis da Revolução Industrial, tinha de seu — cabe visitar o velho Marx — o trabalho. Essa é, afinal de contas, a constatação original, primeira, a gênese mesmo, que vai resultar na proposta da revolução comunista.
Esse operário era, então, segundo a teoria, obrigado a vender essa força de trabalho por um valor inferior ao que ela rendia — não é isso? —, e o patrão se apropriava desse excedente. Marx pôs seus furúnculos no traseiro para pensar e teve uma ideia: chega de transferir esse excedente para o patrão! Ele tem de ficar com os próprios trabalhadores. E isso só será possível, definiu, com a socialização dos meios de produção. Não confunda! Abolir também a propriedade privada das cuecas não é ideia de Marx, mas de Pablo Capilé, um pensador que veio algum tempo depois…
Cuba é marxista! Vejam lá no que deu. Aprendemos que o socialismo é a pior distância entre o capitalismo e o escravismo. O “patrão” dos médicos cubanos não está se apropriando do seu sobretrabalho, mas de seu trabalho inteiro — e do dono desse trabalho também. Em troca, os médicos receberão não mais do que uma ração, que ainda é superior àquela que se fornece aos que ficam em Cuba. Ser escalado para esses convênios, ainda que obrigados a deixar na ilha suas respectivas famílias, ainda é melhor do que lá permanecer.
Preconceito uma ova!
Xenofobia uma ova!
Os médicos cubanos — os que não forem agentes do regime, porque os há aos montes , infiltrados no grupo, a exemplo do que se viu na Venezuela — não podem falar eles próprios porque, se o fizerem, sabem qual é seu destino. Serão imediatamente mandados de volta a Cuba. Como já alertou o buliçoso Luís Inácio Adams, será inútil pedir asilo.
Os asquerosos
O subjornalismo da boca do caixa, financiado por estatais e por gestões petistas, mobilizou a sua tropa nas redes sociais para tentar popularizar a acusação de racismo e xenofobia, como se os médicos brasileiros estivessem contra a presença de colegas estrangeiros e, muito particularmente, de negros. É uma gente asquerosa! Esses agora supostos defensores de negros cubanos são os mesmos que apontam o dedo contra Joaquim Barbosa, ligando a cor de sua pele a seu temperamento ou a seu voto no julgamento do mensalão; são os mesmos que lhe cobram gratidão a Lula por ter sido “generoso” e lhe ter dado uma chance.
Não é jornalismo, não é política, não é debate de ideias. É uma variante da formação de quadrilha.

Por Reinaldo Azevedo

terça-feira, 27 de agosto de 2013

PATRIOTA FEZ DO ASILO DE MOLINA UMA PRISÃO POLÍTICA

O ministro Antonio Patriota (Relações Exteriores) interrompeu só uma vez sua atitude omissa e acovardada, durante os 452 dias de asilo do senador Roger Pinto Molina. Ainda assim, para atormentar a vítima, em nome do “bolivarianismo”. Ele foi a La Paz tornar o asilo do perseguido do regime de Evo Morales uma “prisão política”, ordenando restrições a banho de sol, proibindo visitas e segregando-o a cubículo sem janela.

·                     QUE VERGONHA
Segundo diplomatas, a estratégia de Patriota, para bajular o regime de Evo Morales, era vencer Molina pelo cansaço e fazê-lo se entregar.

·                     CRUEL COVARDIA
A ordem cruel do gabinete de Patriota para tomar celular e computador de Molina jamais foi confirmada por escrito, como exigiram diplomatas.

·                     INSISTÊNCIA
Além das visitas pessoais ao Itamaraty, o diplomata Eduardo Sabóia enviou vários telegramas a Patriota pedindo a solução do caso Molina.

·                     BONS PROFISSIONAIS
Como o pai, embaixador Gilberto Sabóia, o diplomata Eduardo Sabóia deixa admiradores por onde passa. Washington foi seu posto anterior.

·                     COVARDIA E SUBMISSÃO MARCAM POLÍTICA EXTERNA
O chanceler Antonio Patriota não recusa chance de mostrar como a política externa é feita à sua imagem e semelhança: cabisbaixa e submissa diante da arrogância da Venezuela e das desfeitas da Argentina e do regime de Evo Morales. Em março, por exemplo, Evo criou um pretexto para inviabilizar o salvo-conduto ao senador Roger Molina, vetando na mesa de negociações o embaixador do Brasil em La Paz, Marcel Biato. Em vez de prestigiar o colega diplomata, Patriota cedeu ao cocaleiro.

·                     PROCESSO NELE
O presidente da OAB-DF, Ibaneis Rocha, foi direto ao ponto: Patriota deveria ser processado por omissão, no caso do senador asilado

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Estudo identifica mutações que dão origem a câncer

Estudo identifica mutações que dão origem a câncer
Cientistas anunciaram que conseguiram identificar 21 mutações que estariam por trás da maioria dos tumores. A descoberta poder ser um novo marco na pesquisa sobre o câncer. De acordo com reportagem da revista 'Nature", o estudo afirma que estas modificações do código genético são responsáveis por 97% dos 30 tipos mais comuns de câncer.
Durante a vida, as células desenvolvem uma série de mutações que podem vir a transformá-las em tumores letais que crescem incontrolavelmente. Detectar as causas dessas mutações pode levar ao surgimento de novos e mais eficazes tratamentos.
As causas mais conhecidas de mudanças no DNA, como a superexposição aos raios UV e o hábito de fumar, aumentam as chances de desenvolver câncer. Contudo, cada uma deixa uma espécie de assinatura que revela o fator responsável pela mutação.
Os pesquisadores, liderados pelo Instituto Sanger, do Reino Unido, investigaram em 7.042 amostras dos 30 tipos mais comuns de câncer em busca de mais exemplos destas 'assinaturas'. Eles descobriram que 21 marcas diferentes eram responsáveis por 97% das mutações que causavam os tumores.

sábado, 10 de agosto de 2013

Paulo César Baruk - DEPENDO DE TI - Solo Sax

Dependo de ti Louvar-te é bem mais do que eu mereço, Adorar-te é mais profundo do que eu pensei, Servir-te é tudo o que eu espero O que mais quero é estar mais junto a ti. Derramar perante Ti os meus anseios A minha oferta nesta hora é a verdade, E te mostrar os meus pequenos sonhos, Ah Senhor, como eu dependo de ti… Louvar-te é bem mais do que eu mereço, Adorar-te mais profundo do que eu pensei, Servir-te é tudo o que eu espero O que mais quero é estar mais junto a ti. Derramar perante Ti os meus anseios A minha oferta nesta hora é esta música pai, E te mostrar os meus maiores sonhos, Ah Senhor, como eu dependo de ti… Para me curar, Para me ensinar O caminho que devo seguir. Podes me usar Senhor, Como Tu bem queres… Abro o meu coração

Veja o que Rodolfo Abrantes (ex-Raimundos), disse na I. B. Lagoinha... Será que êle será convidado a voltar ???

- Veja mais em www.boanoia.blogspot.com -

sábado, 3 de agosto de 2013

Pobres filhos de Francisco

- Por Guilherme Fiuza
O Brasil sofre de orfandade crônica. Está sempre procurando um pai. De repente o país saiu às ruas, indignado. Parecia ter finalmente entendido que seus problemas não se resolvem com a aclamação de bonzinhos profissionais, e seus melodramas de esquerda. A popularidade dos governantes despencou. O povo sentira o colapso administrativo do populismo, e queria ação. Aí chegou o Papa Francisco.
Milhões de brasileiros saíram às ruas novamente, e o resto do país grudou na tela da TV. O povo revoltado com o império do blá-blá-blá estava, agora, derretido com as palavras bondosas de Francisco.
Euforia geral: papai chegou. Vejam como o Papa é simples! Notem como é despojado, com seu carro modesto de janela aberta! Olhem o Papa preso no engarrafamento, sem medo do povo! Vivam os novos tempos!
É comovente ver um povo se lambuzar todo com essas esmolas de esperança.
Esmolas valiosas, aliás, para os profissionais da bondade que andavam chamuscados. Até a presidente da Argentina veio tirar foto com o sorridente Francisco em Copacabana.
Cristina Kirchner acaba de vitaminar sua ditadura do bem, com poderes de intervenção estatal na mídia, enquanto sua foto com o Papa bonzinho circula em material de propaganda por todo o país. Como é barato lavar uma reputação...
Dilma Rousseff sabe disso, e também não perdeu a pechincha de Francisco: pegando uma carona na aura imaculada do santo homem, despejou um discurso petista daqueles mais satânicos, cheio de autoexaltações paranoicas e fraudes retóricas convictas. Dilma disse que as manifestações de rua são sinal de dez anos de êxito do PT. E o Papa ouviu sorridente. Deus abençoe a cara de pau.
O desfile de simplicidade e despojamento de Francisco, que custou uns 300 milhões de reais ao contribuinte, foi uma bênção para o governo popular. Não há mau humor no Brasil que sobreviva ao carnaval, e a micareta cristã veio a calhar.
Como se sabe, os brasileiros acham que ajuntamento de gente é sinônimo de grandiosidade. Da mesma forma que as passeatas contra tudo (e contra nada) foram saudadas como um novo Maio de 68, as multidões que atravancaram o cotidiano carioca em torno de Sua Santidade viraram o “show da fé”, o alvorecer da boa vontade franciscana etc. De muvuca em muvuca, de mistificação em mistificação, o país vai caminhando epicamente para lugar nenhum.
Recitando sua cartilha progressista, Francisco declarou que não gosta de jovem que não protesta. Pronto: quem mandou você, estudante alienado que só pensa em estudar, ficar em casa? Está excomungado. Por que não fez como o jovem que foi à passeata em Belo Horizonte com um cartaz pedindo “Jô titular!” — um brado indignado para que Felipão escalasse o artilheiro do Atlético-MG? Esse não vai para a lista negra do Papa.
Assim é o populismo: calcula o que a multidão quer ouvir e manda bala. “Se uma pessoa é gay, busca Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la?”, disse Francisco, levando à apoteose o presépio progressista. Bem, vamos ajudar esse Papa simpaticíssimo e responder quem é ele: é o representante máximo de uma religião que não tolera as relações homossexuais.
Caberia então perguntar ao novo Papa: está propondo uma mudança radical na doutrina do catolicismo? Está indicando que a Igreja deverá aceitar o sexo entre iguais, portanto sem fins reprodutivos?
Se o Papa responder que sim, estaremos diante de uma revolução. Mas se ele não responder — e ele jamais responderá —, a declaração sobre os gays terá sido só uma frase de efeito. Um truque político.
O Brasil revoltado que foi às ruas e invadiu palácios deveria estar farto de truques políticos. Deveria estar farto, ou ao menos desconfiado, de líderes que trazem o paraíso na garganta. As manifestações estouraram porque a vida piorou. E a vida piorou por causa do “show da fé” numa administração fajuta, disfarçada por alegorias e bandeirolas progressistas.
O governo do PT montou em dez anos uma orgia de gastos públicos sem precedentes — e sem investimentos, sem projetos, pura alimentação do parasitismo político. A inflação é o efeito colateral mais visível desse golpe.
Mas Dilma acaba de declarar, tranquilamente, que a sua Disneylândia de ministérios não afeta as contas públicas. E que a inflação era um problema no governo Fernando Henrique, não no de Lula e no seu. O PT é especialista em falsidade ideológica por falta de contraditório.
Tudo cola. A mentira progressista tem perna longa — pelo menos mais longa que a dos manifestantes ninja, que andam muito e nunca chegam.
Acaba de sair novo relatório de superfaturamento milionário no DNIT — aquele mesmo DNIT que levou à queda do ministro dos Transportes, na famosa faxina de Dilma. Isto é: a ordenha prossegue normalmente. Onde está a mídia ninja? Melhor rezar para Francisco.

Guilherme Fiuza é jornalista

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