"O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética... O que me preocupa é o silêncio dos bons." - Martin Luther King

domingo, 7 de outubro de 2018

Segundo turno precisa discutir programas – Editorial O Globo 7/10/2018


Depois de 2016, nas eleições municipais, PT volta a pagar a conta pela corrupção e ruína na economia
Resultado de imagem para notíciasEm uma campanha fora dos padrões, em que o candidato líder nas pesquisas, Jair Bolsonaro (PSL), passou boa parte do tempo hospitalizado, devido ao atentado que sofreu — sem participar, portanto, de alguns debates e sabatinas —, o primeiro turno confirmou as expectativas de sua vitória.
Chegou-se a prever que ele conseguiria vencer no primeiro turno, dado o crescimento do apoio que passou a ter assim que a candidatura petista de Fernando Haddad acelerou o passo, com a evolução rápida da transferência de votos que eram destinados a Lula antes de o ex-presidente ser impugnado pela Justiça, com base na Lei da Ficha Limpa.
Neste momento, entrou em ação de maneira clara uma das características desta eleição, o voto antipetista. Se somado, deve representar a força política mais poderosa hoje no Brasil.
A oposição ao PT é um dos vértices do espaço de radicalização que se abriu nestas eleições, entre direita e esquerda. O partido já havia padecido nas eleições municipais de 2016 pelo comprovado envolvimento de importantes líderes seus em esquemas de corrupção. A partir do mensalão, desde o início do primeiro mandato de Lula (2003-6), até o ápice do petrolão, desarticulado pela Lava-Jato a partir de março de 2014, com Dilma Rousseff em campanha para o segundo mandato.
Estas eleições demonstram que o eleitorado continuou a cobrar do PT a conta da corrupção e também dos erros crassos na condução da economia cometidos por Dilma, sob as bênçãos de Lula.
Há resultados emblemáticos. Como, em Minas, além da derrota do candidato petista à reeleição ao governo do estado Fernando Pimentel, a frustração da tentativa da ex-presidente Dilma de entrar no Senado. Até o momento das urnas, pesquisas indicavam que esta espécie de volta por cima seria bem-sucedida.
A onda antipetista apareceu, ainda, no afastamento do senador fluminense Lindbergh Farias do Congresso e também deixava sua marca na derrota em São Paulo de Eduardo Suplicy, na tentativa de voltar ao Senado.
Parece também haver outra onda, a bolsonarista. Além do antipetismo, ela é alimentada pela própria guinada ao conservadorismo na sociedade refletida no discurso do candidato e o clamor da população por segurança, por meio do endurecimento do Código Penal e apoio às polícias, também defendidos por Bolsonaro. É o que ficou evidente na projetada vitória, no Rio de Janeiro, do ex-juiz federal Wilson Witzel (PSC), adversário de Eduardo Paes (DEM) no segundo turno. Há outros exemplos país afora. Caso de Minas, em que Romeu Zema (Novo) — que declarou apoio a Bolsonaro — surge à frente de Anastasia (PSDB), com quem disputará o segundo turno, enquanto, na corrida pelo Senado em São Paulo, o Major Olimpio, do partido do candidato a presidente, chegou na frente.
O segundo turno, no caso da eleição presidencial, é a chance que se tem da efetiva discussão de propostas dos candidatos para o enfrentamento dos problemas nacionais. Que são grandes.
Por diversos motivos — não estão entre eles o tempo mais curto de campanha —, não se debateram propostas objetivas. Em alguns casos, porque não foram formuladas. Ou, se existiam, deixaram de ser divulgadas. O exemplo mais evidente é do candidato Jair Bolsonaro.
Já Fernando Haddad demonstrou herdar um programa de cuja construção não participou. Foi feito para Lula, com um viés de radicalismo com qual Haddad parece não concordar. A ideia ilegal de convocação de uma Constituinte, por exemplo, não conta com o apoio entusiasmado de Haddad.
Esta incompatibilidade entre candidato e programa precisa ser esclarecida. E tudo bem esmiuçado, o que também vale para Bolsonaro, por óbvio
Fonte:https://oglobo.globo.com/opiniao/segundo-turno-precisa-discutir-programas-23138122

NOTÍCIAS DO BRASIL – POR CLÁUDIO HUMBERTO - 7/10/2018


Resultado de imagem para notíciasCLÁUSULA DE BARREIRA ELIMINARÁ ‘PUXADINHOS’ DO PT
A redução de partidos, provocada pela “cláusula de desempenho” (ou “de barreira”) forçará o retorno ao PT dos “puxadinhos” criados por ex-petistas desgarrados, por opção ou expulsão. As negociações já começaram, mas antigos petistas – hoje no Psol, Rede, PCdoB, PSTU, PV etc – exigem o PT mude de nome, para “virar página” e tentar deixar para trás os escândalos de corrupção dos governos petistas.
MORTE POR INANIÇÃO
Os partidos que não atingirem a cláusula de desempenho ficarão sem tempo na TV e perdem o dinheiro fácil dos fundos Partidário e Eleitoral.
PLÁSTICA NO ROSTO
A avaliação dos dirigentes partidários de esquerda é que não dá para voltar sem dar ao PT uma nova aparência, mais moderna e mais limpa.
ESQUELETO NO ARMÁRIO
Grande preocupação de ex-petistas é a herança maldita de escândalos que inspiraram a Lava Jato e levaram à prisão seu principal líder: Lula.
SOBRARÃO SÓ OS GRANDES
A estimativa é que, após a eleição, hoje, haverá redução de 35 para 18 partidos, e em 2022 o fim das coligações diminuirá ainda mais, para 8.
REFORMA POLÍTICA NÃO ELIMINOU ‘CAIXA 2’ NA ELEIÇÃO
A reforma política em 2017, que proibiu o financiamento empresarial, não eliminou o “caixa 2” nas eleições deste ano. Para especialistas em direito eleitoral, como o advogado Luiz Eugênio Scarpino Jr, houve um afrouxamento dos mecanismos de controle, após a redução do tempo de campanha para 45 dias. Deixaram de ser contabilizados gastos da pré-campanha com jatinhos, comícios, eventos. Para Scarpino Jr, é “grande falácia” afirmar que tempo menor de campanha reduz gastos.
MENOS BRECHAS
Scarpino Jr avalia que a prestação de contas deveria abranger tempo maior, e incluir impulsionamento de conteúdo na internet no ano inteiro.
CONHECIMENTO DE CAUSA
Em delação, Antonio Palocci, que coordenou a campanha de reeleição de Dilma, disse que as campanhas da petistas custaram R$ 1,4 bilhão.
GASTOS RECORDE
Ao custo de R$85 milhões por dia, a eleição 2014 foi a mais cara da história. Este ano, atualmente em R$84,1 milhões, pode bater a marca.
DIA DA FICHA LIMPA
Sete de outubro é dia de eleger quem tem ficha limpa, é dia de investir nos sonhadores, naqueles que têm boas ideias, bons propósitos. Se a escolha for por alguém com mandato, que ao menos não seja um ladrão evidente. No Brasil, não ser corrupto já é um grande diferencial.
PARABÉNS, JUSTIÇA
Neste 7 de outubro, domingo de eleição, o ex-presidente Lula completa os primeiros seis meses de sua sentença de 12 anos e 1 mês de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
‘PESQUISA’ INSTAGRAM
Bolsonaro (PSL) e Haddad (PT), postaram fotos na noite do debate Globo. Em 24 horas, Bolsonaro obteve 1,09 milhão de curtidas e 44 mil comentários. Haddad, 75 mil curtidas e 2,4 mil comentários.
DECEPCIONANTE
O apoio a Haddad no Nordeste é o menor a um candidato do PT desde a eleição de Lula em 2002. Os 37% de Haddad, no Datafolha, estão longe dos 60% de Dilma, em 2014.
NÃO LEVAM FÉ
Apenas 21,4% dos entrevistados do Paraná Pesquisas (BR-08437/18) acreditam que Haddad (PT) vencerá as eleições. Menos que a intenção de votos. Bolsonaro (PSL) tem 34,9% dos votos e 49,7% das apostas.
MEMÓRIA CURTA
Os adversários de Jair Bolsonaro reclamaram da sua ausência no debate de sexta (5), inclusive Haddad. A nenhum deles interessou lembrar que Lula também faltou ao debate da Globo, em 2006.
PONTOS NO IBOPE
A audiência da Record bateu recorde de dois anos com a entrevista de Jair Bolsonaro, simultaneamente ao último debate dos presidenciáveis. Chegou a 13,6 pontos de audiência, contra 22 da Globo.
SEM MAL-ENTENDIDO
Para evitar mal-entendidos, o TRE-DF enviou orientação para a Polícia Militar reafirmando que os eleitores podem usar camisas de políticos e partidos. O que não pode é tentar convencer ou coagir outros eleitores.
PENSANDO BEM…
…com o fim da campanha eleitoral, o presidente Michel Temer perde o sossego.
Fonte: https://diariodopoder.com.br/coluna-claudio-humberto/ 

quinta-feira, 12 de abril de 2018

PT JOGOU CHUVA DE IMORALIDADE EM TODO O PAÍS – POR JORGE OLIVEIRA

Resultado de imagem para pt na lamaEu não sei se você sente a mesma coisa, mas acho que o Brasil mergulhou na sua pior decadência moral desde que o Partido dos Trabalhadores assumiu o poder. Tudo que está aí foi provocado pelos petistas: o Temer, a Lava Jato, o Lula, a Dilma, a Gleisi, o Zé Dirceu, o MST, o Stédeli, os empreiteiros, os doleiros, o mensalão, os contraventores, a violência, o Cabral, o Pezão, enfim, tudo que se refere a patifaria o PT está envolvido.
Parece que a turma do PT subiu em um foguete e lá de cima, ao avistar a terra, mirou o Brasil e jogou uma chuva de imoralidade que contaminou todo mundo. Do mais simples servidor ao mais alto escalão da república, todos foram molhados por essa chuva indecente. A anarquia é geral: os ministros dos tribunais superiores vivem se ofendendo a cada sessão; os amigos do Temer são presos; um ministro do STF solta o Maluf; e um bando de militantes ameaça a presidente do STF vandalizando a sua residência.
Conclui-se, portanto, que a esculhambação é geral e o despreparo dos nossos governantes é alarmante. Tudo é feito no improviso. Veja, por exemplo, a intervenção no Rio de janeiro. Foi só as tropas do Exército chegarem às comunidades que os milicianos e os traficantes decidiram matar mais policiais e intensificar os tiroteios que normalmente acabam com a morte de inocentes. Há quase um mês nem rastro dos criminosos da vereadora Marielli. O Exército adota nas favelas a estratégia de ocupação da ONU em países sitiados por guerra ou devorados por fenômenos naturais como vulcão, temporais, terremotos ou outro tipo de tragédia, operações inúteis para combater a criminalidade carioca.
Ora, já se sabia que a violência no Rio não iria acabar da noite para o dia com os brucutus do Exército nas comunidades. A cidade está acéfala de governante. O Pezão não existe, virou marionete. Recolheu-se e assiste a cidade afundar sentado em uma poltrona repetindo que ainda é “o governador e quem manda no estado é ele”, como um maluco no pátio de um hospício. O prefeito está mais preocupado com a caixinha dos cultos evangélicos do que com a administração da cidade. É uma calamidade imaginar que o Rio de janeiro está entregue às traças e seu povo em desalento, sem salários, sem segurança, sem saúde, sem escola e sem governo.
Todos foram contaminados pela chuva da imoralidade petista. O Pezão e o Cabral, o chefe da organização criminosa, eram aliados de Lula. A Dilma tratava o Pezão como um bichinho de estimação, como se aquele homenzarrão, de orelhas arroxeadas e de pés avantajados fosse de um planeta distante. Várias vezes elogiou a sua atuação como governador até aparecer o escândalo da Lava Jato que botou a metade do secretariado na cadeia. Essa turma do MDB fluminense foi forjada pelo PT e o seu escultor chama-se Lula da Silva que não cansava de enaltecer o Cabral como o mais “honesto” e o mais “sério” da história do estado.
O PT avacalhou o país desde que começou a esvaziar os cofres públicos. O pessoal do andar de baixo seguiu o exemplo dos de cima e começou a meter a mão também. Atualmente o que mais se ouve na cidade é a sirene da Polícia Federal acordando empresários e políticos bandidos.
A coisa está tão bagunçada que os ministros do STF já não tem convicção dos seus votos. A principal Corte do país está receosa de julgar o habeas corpus para soltar os criminosos do PT com medo de represália. Pressionados pelos militantes lulistas, seus ministros temem ser hostilizados nas ruas por exercerem o direito legitimo de julgar réus já condenados em segunda instância.
O pior é que isso é só o começo. Ainda vem chuva grossa por aí.
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quarta-feira, 11 de abril de 2018

O FARSANTE NA CADEIA – POR VICENTE LIMONGI NETTO


Resultado de imagem para lula presoLula perde tempo e energias, pensando (êpa, perdão, foi mal) que insultando a imprensa e o judiciário, vai aliviar a barra dele e do PT. Cão que ladra, não morde. Errou, tem que pagar. Ajoelhou, tem que beijar. A irretocável verdade precisa, de uma vez por todas, ser respeitada no Brasil: a lei é para todos. Ninguém está acima  dela. É patético e melancólico: mesmo em desgraça política, petistas, Lula e seguidores, não perdem a arrogância, a pretensão e o destempero. Mantém a pose de altivos, paladinos e intocáveis, embora sabendo que Lula perdeu a credibilidade entre a maioria esmagadora dos brasileiros. Cantar de galo em poleiro sujo é inútil. Podem estrebuchar a vontade. Lula não elege mais postes. Faz tempo que morreu, politicamente. Brasileiros que pensam e raciocinam com a própria cabeça, faz tempo que jogaram o PT e Lula no lixo.
Marginais petistas
A democracia e as vigílias  de Lula e seguidores causam  inveja para nações desenvolvidas e civilizadas. O chefão da gang, condenado a 12 anos, por corrupção,  em regime fechado, não respeita determinações da justiça e foge para se esconder em sindicato. Não tira a fantasia de vítima e injustiçado. Ao mesmo tempo, a irresponsável turba militante se esmera em covardia e baderna, pichando prédio onde mora a ministra Carmen Lúcia, interdita rodovias queimando pneus, impede o trabalho dos repórteres e agride cidadão que pensa diferente do PT. Petulantes, vândalos,  desajustados, infames e demagogos, tentam desmoralizar  as leis, a ordem pública e as instituições. Que país é esse? Francelino Pereira, presente.
Malaça e sabujo
Eduardo Suplicy quer ir preso junto com Lula. Não é  gesto de  bondade nem de  solidariedade. Apenas  demagogia e sabujice.
Duro saber qual é o mais imbecil
A tosca, azeda, medíocre   e recalcada   Mariliz Jorge se vangloria de ter o asno Juca Kfoury como mestre (Esportes -Folha de São Paulo- 7/4) Cada um guarda  o que merece no coração.  A dupla se esmera no ritual torpe: Kfoury ataca a CBF. Mariliz acorda um dos dois neurônios (o outro tem dengue), abre a caixa de sandices e também  insulta a CBF. A ordem dos fatores não altera a leviandade. Manjado demais. Senhor editor, mude o disco. Na mesma linha da estupidez, da boçalidade, da demagogia, da hipocrisia e da burrice, eis que outro idiota, Romário,  sai do esgoto para tentar impedir as eleições da CBF. O senadorzinho além de cretino é pretensioso. A CBF é entidade privada. Realiza, marca, promove e elege seus dirigentes como quiser. Com base dos estatutos da entidade. Com a participação das federações estaduais e clubes. Romário não tem nada com isso. Deveria é trabalhar pelo povo carioca. Para isso foi eleito. Porém, não faz nada. Inútil e obscuro. Os eleitores do Rio de Janeiro mereciam representante mais qualificado na Câmara Alta. Outros parlamentares que assinaram o papelucho, são, como Romário pobres pingentes dos holofotes fáceis.
Gigante Carmen Lúcia
Dentro do corpo franzino e frágil, frágil, fala mansa, olhos miúdos e tranquilidade de freira, a ministra Carmen Lúcia tem, porém, uma fortaleza de aço. Repeliu com serenidade  grosserias de dois deselegantes ministros, mantendo-se altiva até o final do julgamento, quando  proferiu o voto que lavou a alma dos brasileiros.
Bom livro
O historiador e filósofo Estevão C. de Rezende Martins lançou excelente e oportuno  livro, "Teoria e Filosofia da História". Selo da W.A editores.  Estevão lançou a obra em Goiânia e Porto Alegre e, breve, lançará em Brasília.
Mordomia para quem não merece
Em artigo no Diário do Poder, Pedro Rogério sugere que Lula cumpra pena em prisão militar. A meu ver, é muita mordomia para quem na verdade merece cumprir pena de 12 anos e 1 mês em cela comum. Sem  nenhuma regalia. Militantes plantam que Lula está lendo livro. De páginas em branco, sem dúvida. A corja petista tem o descaramento de comparar Lula com  Martin Luther King Júnior, Mandela e Gandhi. Um primor de desconhecimento da história de grandes e legítimos líderes mundiais.
Em boa companhia
Também em artigo no Diário do Poder, o general Heleno, grande parceiro do meio-campo em boas "peladas" do "Gerovital" concorda textualmente com minha definição, expressa  no Globo, face e blog: foi uma melancólica pantomima a farsa petista em São Bernardo do Campo. Só não achei palhaçada, como observou o bravo general, porque os palhaços  são do bem. Dignos brasileiros que  dão alegria ao povo. Artistas que  zelam pelo nome, pela profissão e amam o circo.
Limongi é jornalista. Trabalhou no O Globo, TV-Brasília, Última Hora de Brasília,  Ministério da Justiça, Universidade de Brasília, Confederação Nacional da Agricultura, Senado Federal e Suframa. Tem face e blog. É sócio da ABI há 49 anos. É servidor aposentado do Senado Federal.

sábado, 7 de abril de 2018

OS HORRÍVEIS – POR PERCIVAL PUGGINA



Foi por um triz. Se o voto da ministra Rosa Weber seguisse sua própria convicção, teria soado para corruptos e corruptores o “liberou geral” da roubalheira. E o Mecanismo teria recebido, da mais alta Corte do país, seu alvará de funcionamento. A esse ponto chegamos.
Resultado de imagem para stfTrata-se, porém, de uma triste vitória, cuja validade vence ali adiante quando a questão de fundo for a exame do plenário. Nesse momento, o assunto será a constitucionalidade da pena de prisão aplicada antes do trânsito em julgado da sentença condenatória. Para essa deliberação, salvo nova interferência divina, os votos já estão contados e as consequências, bem conhecidas.
Foi repugnante testemunhar o vigor retórico com que os horríveis ministros Gilmar Mendes, Marco Aurélio, Toffoli e Lewandowski, alegando defender os pobres, votavam favoravelmente aos corruptos milionários, cujos interesses estavam indiretamente representados pelos dispendiosos advogados do abonado réu Lula. Aquela eloquência demagógica e populista dos quatro julgadores não era ouvida, porém, nas celas infectas e superlotadas dos nossos presídios. Quem não perdia uma palavra da sessão era a nata prisional do país e aqueles que, fora das prisões, só conseguem dormir quando soam as seis badaladas do sino da igreja sem que lhes batam à porta.
Horríveis, esses ministros contaminados pelo lulismo. Sua prática é a mesma do réu cujo nome estava na capa do processo em pauta, depois de furar a longa fila das precedências. Também o réu Lula, com uma das mãos servia generosamente os ricos enquanto, com a outra, jogava míseros farelos aos pobres.
Assim, estamos. Fenômenos análogos já foram descritos como círculos de ferro, referindo-se, por exemplo, às oligarquias, ou à burocracia. Nós vivemos sob o círculo de ferro da impunidade que envolve o topo dos três poderes de Estado. Jogam afinados. No Executivo, opera a matriz dos negócios. No Legislativo enquanto umas leis definem os crimes, outras protegem os criminosos, embaraçam os ritos e frustram a aplicação das penas. Do topo do Judiciário saem os comandos que se empenham em recobrir as indecências da impunidade com as vestes talares da justiça e o manto da mais fingida misericórdia. Ainda tenho diante dos olhos a figura de alguns ministros, na lamentável sessão do dia 23 de março, lavando os pés dos advogados de Lula e regurgitando admiração quando um deles falou francês.
Não consegui arregimentar em mim alegria suficiente para qualquer comemoração. Breve, muito em breve, salvo milagre, o talão de cheque dos criminosos endinheirados varrerá de seu caminho a desagradável obrigação de cumprir as penas a que forem condenados. O círculo de ferro da impunidade se fechará e a execução das sentenças de prisão ficará postergada para o Juízo Final, após a ressureição dos mortos. Nessa ocasião, o horrível Celso de Mello falará por todos.

Percival Puggina, membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

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