O Papa Francisco
aceitou a renúncia do bispo brasileiro de Limeira, monsenhor Vilson Dias de
Oliveira, informou nesta sexta-feira a Santa Sé em um comunicado.
O bispo está sob
investigação por suspeita de acobertar abuso sexual e extorsão, segundo a imprensa
brasileira.
Os investigadores
tentam descobrir se ele acobertou os abusos sexuais cometidos por um padre de
Americana, Pedro Leandro Ricardo, que está suspenso de suas funções.
Em carta de
despedida, o bispo reconheceu suas "limitações", apontando apenas que
"nesses últimos meses enfrentamos todo tipo de cruzes, por meio de ataques
à nossa Igreja Particular de Limeira, a mim e a vários presbíteros".
"Hoje me despeço
de vocês como Bispo Diocesano e peço minha renúncia por amor à Igreja de Cristo
e pelo bem desta Diocese", escreveu.
O bispo, contudo, não
comentou os dois inquéritos policiais abertos contra ele.
O Vaticano anunciou
que dom Orlando Brandes, arcebispo de Aparecida, será o administrador
apostólico "sede vacante" da diocese.
O Vaticano sempre
informa as demissões de bispos em seus comunicados, mas sem nunca especificar
os motivos.
Diante de uma série
de escândalos de abusos sexuais que mancharam a imagem da Igreja Católica, o
papa Francisco organizou em fevereiro uma cúpula mundial de bispos sobre o
assunto, prometendo ações concretas.
Na semana passada,
ele mudou a legislação interna da Igreja para obrigar padres e religiosos a
denunciar qualquer suspeita de agressão sexual ou assédio.
O "motu
proprio", uma carta emitida diretamente pelo papa, também obriga a
denunciar qualquer tentativa da hierarquia católica de encobrir abusos sexuais
cometidos por um padre ou religioso.
Também insta todas as
dioceses do mundo a criar, dentro de um ano, um sistema que permita ao público
denunciar casos de abusos.
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