"O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética... O que me preocupa é o silêncio dos bons." - Martin Luther King

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

FORÇAS ARMADAS ESTÃO ENGOLINDO SAPOS EM POSIÇÃO DE SENTIDO

- Por CARLOS CHAGAS
A ditadura militar terminou em 1985. Daqui a menos de  dois anos se completarão trinta,  desde que o general João Figueiredo deixou a presidência da República. Pelo jeito, nem o governo do PT nem a presidente Dilma  perceberam  esse hiato no tempo. Continuam se comportando como se os militares ainda fossem o inimigo a exigir combate permanente e represálias sem conta. Esquecem que os generais de hoje nem eram tenentes, em 1964, e que boa parte da oficialidade nem tinha nascido.
Não há outra explicação para mais um corte no orçamento das forças armadas, agora de 4 bilhões, porque em maio foram 3,7 bilhões. Certas economias não se justificam. É inconcebível  que se abra mão do mínimo indispensável à defesa nacional. Não estamos em guerra com ninguém, tomara que essa situação se prolongue pela eternidade, mas garantir, ninguém garante. Acresce serem os militares, pela Constituição, os guardiões da lei e da ordem. Sem recursos, sucateados,  com equipamento obsoleto, Exército, Marinha e Aeronáutica chegaram ao limite de imaginar a suspensão de suas atividades nas sextas-feiras, porque nos quartéis, nos navios e nas bases aéreas não há dinheiro para o almoço de  soldados, marinheiros e aviadores.
O país vive dificuldades econômicas e financeiras. É preciso apertar o cinto, faltam recursos para educação, saúde, transportes e muita coisa a mais. Menos para os bancos, que num único semestre lucram três ou quatro bilhões, dos grandes estabelecimentos  privados aos públicos. 
As forças armadas estão engolindo sapos em posição de sentido, não estrilam, fora alguns radicais postos em sossego na aposentadoria, cultores de um passado que o Brasil fez escoar pelo ralo.  O perigo é que eles  possam contaminar os companheiros do serviço ativo.



segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Sola Scriptura

Vivemos em um mundo cheio de reivindicações de verdades concorrentes. Todos os dias, somos bombardeados com declarações de que uma coisa é verdadeira e a outra, falsa. Dizem-nos no que acreditar e no que não acreditar. Pedem-nos que nos comportemos de um jeito ao invés de outro. Em sua coluna mensal “O que eu sei com certeza”, Oprah Winfrey nos diz sobre como lidar com as nossas vidas e relacionamentos. A página editorial do New York Times nos diz regularmente qual abordagem devemos usar nas grandes questões morais, jurídicas ou de políticas públicas de nossos dias. Richard Dawkins, o ateu e evolucionista britânico, nos diz como pensar a respeito de nossas origens históricas e nosso lugar no universo.
Como filtraremos todas essas alegações? Como as pessoas sabem o que pensar sobre relacionamentos, moralidade, Deus, origem do universo e muitas outras questões importantes? Para responder a essas perguntas, as pessoas precisam de algum tipo de norma, padrão ou critério ao qual possam recorrer. Em outras palavras, precisamos de uma autoridade máxima. É claro que todo mundo tem algum tipo de norma suprema à qual recorrer, quer estejam cientes ou não do que essa norma venha a ser. Algumas pessoas recorrem à razão e à lógica para julgar essas alegações de verdade concorrentes. Outras recorrem ao senso de experiência. Outros recorrem a si mesmos e ao seu próprio senso subjetivo das coisas. Embora haja alguma verdade em cada uma dessas abordagens, os cristãos têm historicamente rejeitado todas elas como o padrão definitivo para o conhecimento. Em vez disso, o povo de Deus tem afirmado universalmente que há apenas uma coisa que pode legitimamente funcionar como o padrão supremo: a Palavra de Deus. Não pode haver nenhuma autoridade maior que o próprio Deus.
É claro que não somos a primeira geração de pessoas a enfrentar o desafio das reivindicações de verdades concorrentes. Na verdade, Adão e Eva enfrentaram um dilema no início. Deus havia dito claramente a eles: “Certamente morrerás”, se comessem da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gênesis 2:17). Por outro lado, a Serpente disse o oposto a eles: “É certo que não morrereis!” (3:4). Como Adão e Eva deveriam ter julgado essas alegações discordantes? Pelo empirismo? Pelo racionalismo? Através daquilo que parecia certo para eles? Não, havia apenas um padrão ao qual eles deveriam ter recorrido para tomar essa decisão: a palavra que Deus havia falado a eles. Infelizmente, não foi isso o que aconteceu. Em vez de olhar para a revelação de Deus, Eva decidiu investigar ainda mais as coisas por si mesma: “Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos... tomou-lhe do fruto e comeu” (3:6). Não se engane, a queda não foi apenas uma questão de Adão e Eva terem comido o fruto. Na sua essência, a queda tratou-se de o povo de Deus ter rejeitado a Palavra de Deus como o padrão máximo para toda a vida.
Mas se a Palavra de Deus é o padrão máximo para toda a vida, a próxima pergunta é crucial: aonde iremos para conseguir a Palavra de Deus? Onde ela pode ser encontrada? Esta questão, é claro, nos leva a um dos debates centrais da Reforma Protestante. Ao mesmo tempo que as autoridades da Igreja Católica Romana concordavam que a Palavra de Deus era o padrão máximo para toda a vida e doutrina, eles acreditavam que essa palavra podia ser encontrada em locais fora das Escrituras. Roma reivindicou uma estrutura de autoridade de três partes, que incluía a Escritura, a tradição e o Magistério. O componente principal desta estrutura de autoridade era o próprio Magistério, que é o magistério oficial da Igreja Católica Romana, manifestado principalmente no papa. Porque o papa era considerado o sucessor do apóstolo Pedro, seus pronunciamentos oficiais (ex cathedra) eram considerados como as palavras do próprio Deus.
Foi neste ponto que os Reformadores mantiveram-se firmes. Apesar de reconhecerem que Deus havia entregado sua Palavra ao seu povo de várias maneiras antes da vinda de Cristo (Hebreus 1:1), eles argumentaram que não devíamos mais aguardar a revelação contínua, agora que Deus havia falado finalmente através do seu Filho (v. 2). A Escritura é clara quanto ao dom apostólico ter sido projetado para executar uma tarefa única e histórico-redentiva: estabelecer as bases da igreja (Efésios 2:20). A atividade de estabelecimento da fundação realizada pelos Apóstolos consistia principalmente em dar à igreja um depósito de ensino autorizado que testemunhasse a grande obra redentora de Cristo. Assim, os escritos do Novo Testamento, que são a personificação permanente do ensino apostólico, devem ser vistos como a última parcela da revelação de Deus para o seu povo. Esses escritos, juntamente com o Antigo Testamento, são os únicos que são corretamente considerados a Palavra de Deus.
Esta convicção de sola Scriptura - somente as Escrituras são a Palavra de Deus e, portanto, a única regra infalível para a vida e doutrina - fornecia o combustível necessário para inflamar a Reforma. Na verdade, foi considerada como a “causa formal” da Reforma (considerando que sola fide, ou “somente a fé”, foi considerada como a “causa material”). Os pontos de vista desta doutrina são personificados no famoso discurso de Martinho Lutero na Dieta de Worms (1521), depois que ele foi convidado a retratar os seus ensinamentos:
A menos que possa ser refutado e convencido pelo testemunho da Escritura e por claros argumentos (visto que não creio no papa, nem nos concílios; é evidente que todos eles frequentemente erram e se contradizem); estou conquistado pela Santa Escritura citada por mim, minha consciência está cativa à Palavra de Deus. Não posso e não me retratarei, pois é inseguro e perigoso fazer algo contra a consciência...Que Deus me ajude. Amém!
Para Lutero, as Escrituras, e somente as Escrituras, eram o árbitro máximo do que devemos acreditar.
Claro que, como muitas convicções cristãs fundamentais, a doutrina da Sola Scriptura tem sido mal-entendida e mal-aplicada. Infelizmente, alguns têm usado sola Scriptura como justificativa para um tipo de individualismo “eu, Deus e a Bíblia”, onde a igreja não tem nenhuma autoridade real, e a história da igreja não é considerada ao interpretar e aplicar a Escritura. Assim sendo, muitas igrejas hoje são quase “ahistóricas” - separadas inteiramente das ricas tradições, credos e confissões da igreja. Eles entendem erroneamente que sola Scriptura significa que a Bíblia é a única autoridade em vez de compreender que isso significa que a Bíblia é a única autoridade infalível. Ironicamente, tal abordagem individualista na verdade enfraquece a própria doutrina que a sola Scriptura pretende proteger. Ao enfatizar a autonomia do crente, fica-se apenas com conclusões particulares, subjetivas sobre o que a Bíblia quer dizer. Não é tanto a autoridade das Escrituras que é valorizada, mas a autoridade do indivíduo.
Os Reformadores não teriam reconhecido tal distorção como a doutrina da sola Scriptura em que criam. Pelo contrário, eles estavam bastante dispostos a confiar nos pais da igreja, nos conselhos da igreja e nos credos e confissões da igreja. Tal embasamento histórico foi encarado não apenas como um meio para manter a ortodoxia, mas também como um meio para manter a humildade. Ao contrário da percepção popular, os Reformadores não se viam como se estivessem trazendo algo novo. Em vez disso, eles entendiam que estavam recuperando algo muito antigo - algo que a igreja tinha acreditado inicialmente, mas que depois havia se torcido e distorcido. Os Reformadores não eram inovadores, mas escavadores.
Existem outros extremos contra os quais a doutrina da sola Scriptura nos protege. Embora queiramos evitar a postura individualista e “ahistórica” de muitas igrejas hoje, a sola Scriptura também nos protege de elevarmos credos e confissões ou outros documentos humanos (ou ideias) ao nível das Escrituras. Devemos estar sempre atentos para não cometermos o mesmo erro de Roma, que abraçou o que poderíamos chamar de “tradicionalismo”, que tenta vincular as consciências dos cristãos a áreas que a Bíblia não vincula. Nesse sentido, a sola Scriptura é uma guardiã da liberdade cristã. Mas o maior perigo que enfrentamos quando tratamos da sola Scriptura é entendê-la de forma errada. O maior perigo é esquecê-la. Somos propensos a pensar nessa doutrina puramente em termos de debates do século XVI - apenas um vestígio das antigas batalhas entre católicos e protestantes, e irrelevantes para os dias de hoje. Mas, nos dias de hoje, a igreja protestante precisa dessa doutrina mais do que nunca. As lições da Reforma têm sido esquecidas em sua maioria e a igreja, mais uma vez, começou a confiar em autoridades supremas fora das Escrituras.
A fim de levar a igreja de volta à sola Scriptura, temos de perceber que não podemos fazer isso apenas através do ensino da doutrina em si (embora devamos fazer isso). Antes, a principal maneira para levar a igreja de volta é, de fato, pregando as Escrituras. Somente a Palavra de Deus tem o poder de transformar e reformar nossas igrejas. Portanto, não devemos apenas falar sobre a sola Scriptura, mas devemos demonstrá-la. E quando assim o fizermos, devemos pregar toda a Palavra de Deus - sem escolher as partes que preferimos ou pensar no que nossas congregações querem ouvir. Devemos pregar apenas a Palavra (sola Scriptura), e devemos pregar toda a Palavra (tota Scriptura). As duas doutrinas andam lado a lado. Quando elas são unidas, no poder do Espírito Santo, podemos ter a esperança de uma nova reforma.
Dr. Michael J. Kruger é professor de Novo Testamento e Reitor no Reformed Theological Seminary em Charlotte, N.C. Ele é autor do livro Canon...



domingo, 27 de outubro de 2013

95% desaprovam 'black blocs', diz Datafolha

Nada menos do que 95% dos paulistanos desaprovam a atuação dos chamados "black blocs" --manifestantes que praticam o confronto com as forças policiais e a destruição de agências bancárias, lojas e prédios públicos como forma de protesto.
É o que mostra pesquisa Datafolha feita na sexta-feira com 690 pessoas. A margem de erro máxima da amostra é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos para o total da amostra.
Na mesma sexta-feira, durante manifestação promovida pelo Movimento Passe Livre no centro de São Paulo, "black blocs" agrediram o coronel da Polícia Militar Reynaldo Simões Rossi -a arma dele também desapareceu.
A ação dos vândalos incluiu a destruição de caixas eletrônicos, ônibus e de cinco cabines de venda de bilhete único, além de pichações.
Quanto maior a faixa etária, maior a reprovação aos métodos dos "black blocs".
Alex Argozino/Editoria de Arte/Folhapress
Assim, se 87% dos jovens de 16 a 24 anos os desaprovam, entre os mais velhos (60 anos e mais) o índice atinge virtualmente a totalidade dos entrevistados (98%).
Quando se pergunta se as manifestações foram mais violentas do que deveriam ser, violentas na medida certa ou menos violentas do que deveriam ser, três quartos (76%) dos paulistanos cravam a primeira alternativa: mais violentas do que deveriam ser.
Apenas 15% julgam que os manifestantes foram violentos na medida certa e 6%, menos violentos do que deveriam ser.
O Datafolha pediu aos entrevistados que avaliassem a atuação da PM segundo os mesmos critérios. Para 42%, a polícia se excedeu. Mas 42% consideram o grau de violência adequado e 13% dizem que a polícia foi menos violenta do que deveria.
APOIO EM QUEDA
O resultado é que o apoio dos entrevistados às manifestações de rua em São Paulo desabou.
No final de junho, 89% eram favoráveis aos protestos. Em setembro, o índice já caíra para 74%. Nesta semana, são 66% os apoiadores.
Do outro lado, a taxa dos que são contrários às manifestações quase quadruplicou. Eram 8% em julho, 21% em setembro e, agora, 31%.
Apesar de focalizarem causas "dos oprimidos", como a melhoria do transporte público, as manifestações têm conseguido taxas mais altas de apoio entre os mais ricos -80% entre os que possuem renda familiar mensal de mais de cinco a dez salários mínimos e 80% dos paulistanos com renda maior do que 10 salários mínimos.
Contra os protestos disseram-se 18% dos mais ricos.
Entre os mais pobres, com renda até dois salários mínimos, a taxa de apoio aos protestos é de 54%, 26 pontos percentuais a menos do que entre os mais ricos.
Contra os protestos disseram-se 42% dos mais pobres, 24 pontos percentuais a mais do que o índice observado na parcela rica.


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sábado, 26 de outubro de 2013

5 dicas para ter uma família feliz

Família perfeita é invenção de comercial de margarina. Mas ser feliz em casa, apesar das brigas, é bem possível. Dá uma olha nas dicas da ciência pra aprender os truques e ter uma família feliz.

COMAM SEMPRE JUNTOS
Café da manhã, almoço e janta. Não desperdice esse momento fora de casa. Pesquisadores da Universidade de Michigan analisou a vida de crianças americanas entre 1981 e 1997. E descobriram que crianças que fazem as refeições junto com os pais se envolvem menos em problemas(drogas, gravidez na adolescência, suicídio, etc) e tiram notas melhores na escola. Talvez sejaimpossível repetir o ritual todos os dias, é verdade. Mas outra pesquisa, do pessoal da Universidade Columbia, garante que reunir a família pelo menos uma vez por semana para jantar ou almoçar já melhora o comportamento das crianças.

COMPARTILHE AS HISTÓRIAS
história de luta dos seus pais ou avôs, seja ela qual for, provavelmente te enche de orgulho. E isso reflete positivamente na sua autoestima. Palavra de pesquisadores que entrevistaram 40 famílias e gravaram as conversas entre eles na mesa de jantar. Em seguida, fizeram vários testes psicológicos com as crianças: aquelas que conheciam a história de seus antepassados (e se orgulhavam) eram as mais felizes, com autoestima alta, e tendiam a se sentir mais donas da própria vida.
DIMINUA O ESTRESSE
Essa é difícil, claro. E óbvia: menos estresse, maior a felicidade. Estudos mostram que pais estressados deixam as crianças doentes (enfraquecem o sistema imunológico delas), com riscos maiores de ter obesidade, doenças mentais, alergias e diabetes.

DEIXE AS CRIANÇAS DECIDIREM
Quantas vezes seus pais matricularam você em atividades que você nunca quis fazer? Bem, talvez não tenha sido a melhor das ideias. Segundo cientistas da Universidade da Califórnia, crianças que planejam seu próprio tempo, estipulam suas metas, escolhem prêmios e castigos, e avaliam por si só os resultados desenvolvem melhor o córtex pré-frontal. Isso dá a elas maior controle sobre a própria vida e os tornam mais disciplinados e conscientes de suas escolhas.

MANTENHA A AVÓ POR PERTO
Pesquisadores avaliaram 66 estudos sobre a relação entre avós e a felicidade das crianças. E perceberam que a presença constante da avó deixa as crianças menos estressadas. Por quê? Bem, é que elas sempre passam ensinamentos sobre sociabilidade, como compreensão e compaixão. Numa outra pesquisa, dessa vez da Universidade Brigham Young, 408 adolescentes contaram sobre a relação com os avós. Aqueles que se saíam melhor na escola e mostravam maior preocupação com os colegas tinham uma relação mais próxima com os velhinhos da família.


quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Decisão do Supremo Concílio da IPB sobre o uso de “Danças Litúrgicas” e “Coreografias” como parte do Culto à Deus

- Decisões dos Concílios Gerais da IPB
Belo Horizonte, 26 de março de 2007
Conselho…
Estimados irmãos Presbíteros
A Igreja Presbiteriana do Brasil tem tomado decisões, as mais solenes possíveis, que tratam do culto que rendemos à Deus. Tem afirmado a importância vital do culto para a vida da Igreja, com que todos concordamos; tem sublinhado a honra e a glória de Deus, que deve ser exaltada no momento do culto, fato este que produz uma imensa concordância entre todos os presbiterianos. Temos sublinhado os termos de nossa Confissão de Fé, termos que revelam a sublimidade do culto. Ainda que estas sejam convicções, das quais nenhum de nós presbiterianos estamos prontos a abrir mão, a questão litúrgica, a maneira como prestamos culto a Deus, ainda nos divide e tem provocado tensão no seio da Igreja Presbiteriana do Brasil. As questões das “expressões corporais” tais como, “danças litúrgicas”, os “grupos coreográficos” que se apresentam como parte do culto a Deus, tem sido motivo de preocupação em nossa amada IPB. O Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil, bem como sua Comissão Executiva, que o representa, têm reiterado decisões soleníssimas, que encontram, por parte de alguns pastores e conselhos, ouvidos mocos, como se estas decisões não carecessem de qualquer observância ou implementação. Na última reunião da Comissão Executiva do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil, ocorrida no mês de março de 2007, mais uma vez, num tom extremamente pastoral, reafirmando a sublimidade do culto, e a afronta de neles lançarmos “fogo estranho”, determina, como impróprias que são, as manifestações de expressões corporais, tais como a novidade de grupos coreográficos e as danças litúrgicas. O culto, como todos nós concordamos, foi prescrito por Deus e o único caminho de sanidade, para o bem da Igreja, é retornarmos ao que foi prescrito na sua santa, divina, autoritativa e única regra de fé e prática – As Escrituras Sagradas. É com este intuito que faço comunicar a última decisão tomada, sobre este importante tema. Na esperança de que estas orientações sejam úteis aos irmãos, pastores, que tem sobre si a responsabilidade da condução litúrgica, segundo “nossos princípios litúrgicos”, e aos conselhos, que tem a responsabilidade de governar e superintender todos os aspectos da vida da Igreja local; remeto, humildemente, esta correspondência, transcrevendo a decisão que, sugiro, seja lida em reunião do conselho e, também, durante culto solene, perante toda a congregação.
Eis a decisão:
CE-SC/IPB – DOC. CLXXXVII – Quanto ao documento 198. Ementa: Quanto aos Docs. 116, 160, 166 – Consulta, proposta e solicitação de posicionamento quanto a práticas litúrgicas. Considerando:
1. Que segundo as Escrituras o culto a Deus é a razão principal da existência humana e que na história do povo de Deus nelas registradas fica bem claro que as crises espirituais causam a negligência na adoração e displicência quanto a sã forma de adorar, atitudes sempre reprovadas pelo Senhor e que, por outro lado, tempos de reforma e reavivamentos espirituais trazem como conseqüência a purificação do culto, tendo “a Lei do Senhor” como referência;

2. Que a Confissão de Fé de Westminster, fundamentada na Bíblia, afirma ser a forma de celebrar o culto público, elemento determinante para que as igrejas particulares sejam mais ou menos puras (CFW, Cap.XXV,4);

3. A diversidade de opiniões teológicas quanto à matéria, mesmo dentro da ortodoxia reformada, evidenciada pelo grande número de publicações existentes; A CE-SC/IPB-2007 RESOLVE:
Reafirmar o princípio reformado estabelecido pela Confissão de Fé de Westminster de que: “O modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por Ele mesmo e é tão limitado pela sua vontade revelada, que não deve ser adorado segundo as imaginações dos homens ou sugestões de Satanás nem sob qualquer representação visível ou de qualquer outro modo não prescrito nas santas Escrituras” (CFW, Cap. XXI,1).
Determinar que seja mantida e reforçada a tradição reformada que se reflete em decisões anteriores do SC/IPB sobre a matéria que, sempre fundamentado nas Escrituras, têm reconhecido e proclamado a santidade do culto que deve ser oferecido a Deus, pela mediação única de Cristo, com reverência e santo temor, na exclusiva dependência do Espírito Santo para que haja também a verdadeira alegria espiritual (Cf Sl 51.12,15) e que são inconvenientes todas as formas que possam distanciar os adoradores desses princípios, sendo que dentre essas formas inconvenientes, conforme já declarado pelo SC/1998, encontram-se as expressões corporais acentuadas, podendo ser incluídas entre as quais, práticas tais como danças litúrgicas e coreografias;
Determinar aos ministros (Cf. art. 31, alínea “d” da CI) e aos presbitérios (Cf. art. 88, alínea “e” da CI) que sejam zelosos quanto ao santo culto do Senhor, repudiando todo “fogo estranho”, não ordenado na Palavra, e que, conseqüentemente, provoca a sua santa ira sobre os displicentes e infiéis (Cf Levítico 10.1-7; Malaquias 1.6-14 e João 4.24).(*)
(*)o texto acima é transcrição, sem qualquer correção ortográfica ou de estilo
No temor de Cristo nosso divino redentor, o irmão e conservo,
Rev. Ludgero Bonilha Morais
Secretário Executivo do Supremo Concilio da Igreja Presbiteriana do Brasil
- Os “negritos”, foram introduzidos por Bo@noia, visando ressaltar partes importantes do texto.



quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Crianças superdotadas desafiam escolas na busca por mais estímulos

- Sinais podem ser confundidos com transtornos de aprendizagem. Diagnóstico final só é possível a partir de testes feitos por psicólogos. 

João Pedro, de 9 anos, tem facilidade com matemática e eletrônicos e foi diagnosticado como superdotado (Foto: Guilherme Zauith/G1)João Pedro, de 9 anos, tem facilidade com matemática e eletrônicos e foi diagnosticado como superdotado (Foto: Guilherme Zauith/G1)

Há dois anos, Pérola Sutto Ferreira Carvalho, de 33 anos, foi convocada pela direção da escola do filho porque ele não fazia as lições e não se interessava pelas aulas. A mãe achava que João Pedro, hoje com 9 anos, tinha déficit de atenção. Depois de uma bateria de avaliações e consultas com psicólogos, veio o diagnóstico: João Pedro é um menino com habilidades acima da média esperada para sua faixa etária, o que popularmente é chamado de superdotado.
Os pais perceberam que João Pedro não prestava atenção nas aulas porque não as achava estimulante e não via desafio no conteúdo apresentado. Este é um dos sinais que uma criança  com altas habilidades pode apresentar.
“Vou fazer faculdade de empresário, gosto de criar coisas, quero ser dono de uma empresa de reciclagem, mas também quero criar um carro voador" (João Pedro, 9 anos).
Nem sempre um superdotado é um excelente aluno. Geralmente ele é um expert em determinada área que mais o interessa, mas não tem habilidade em todos os outros campos do conhecimento. Há, por exemplo, superdotados muito bons em matemática e ruins em português. As altas habilidades, ainda, podem ser mascaradas durante a infância por características como distração, indisciplina ou até hiperatividade.
Segundo os pais, João Pedro tira boas notas nas provas mesmo sem estudar, mexe muito bem no computador, no celular, e qualquer outro equipamento eletrônico. Quando alguma luz acende no painel do carro dos pais, ele é o primeiro a propor uma solução para o problema. O garoto também é muito rápido para resolver contas "de cabeça", soluciona problemas com três variáveis e costuma ser o ajudante da professora quando o assunto da aula é matemática.

JP, como é conhecido, adora jogar xadrez (Foto: Guilherme Zauith/G1)JP, como é conhecido, adora jogar xadrez (Foto: Guilherme Zauith/G1)
 "Já aconteceu de a professora dar um trabalho com 16 exercícios, ele foi o primeiro a entregar enquanto os outros ainda estavam lá pelo quarto problema. Aí ele fica ajudando os colegas. Outro dia fomos viajar de carro e acendeu uma luz no painel, ele nos explicou que o símbolo era do catalisador, peça que faz com que o ar saia mais puro do carro. Verificamos no manual e era isso mesmo", afirma Pérola.
Apesar da inteligência, ele não gosta de ler, acha que estudar é "muito chato", e não raro fica proibido de usar o I-pad como punição por não ter feito a lição de casa. "Na escola gosto de brincar e de fazer aula de matemática porque sou muito bom em contas, aí fica fácil."
“Nós percebíamos que ele era mais maduro, mais adulto que as outras crianças. As pessoas falavam que ele é articulado, mas achávamos que era normal" - Pérola Sutto Ferreira Carvalho, mãe de João Pedro
Aluno do 4º ano, JP, como é chamado pelos pais já sabe o que quer ser quando crescer. "Vou fazer faculdade de empresário, gosto de criar coisas, quero ser dono de uma empresa de reciclagem, mas também quero criar um carro voador."
Pérola diz que desde pequenininho, JP gosta de montar e desmontar quebra-cabeças e brinquedos no geral, e sempre gostou de jogos no computador, mas aprendeu a ler e escrever no tempo normal. "Nós percebíamos que ele era mais maduro, mais adulto que as outras crianças. As pessoas falavam que ele é articulado, mas achávamos que era normal." O menino não tem problemas de socialização, na escola gosta de ajudar os colegas e é participativo.
Apesar de a legislação permitir a aceleração de séries, os pais de JP optaram por não adiantá-lo. Segundo Pérola, o filho poderia estar no 6º ano, dois anos a frente. "A maturidade dele é de um menino de 9 anos, por isso optamos por não adiantá-lo. Ele não curte a infância como eu gostaria, brincando na rua, por exemplo, mas vejo que não é só ele, é toda a geração."
Pais de João Pedro optaram por manter o filho na série original (Foto: Guilherme Zauith/G1)

Pais de João Pedro optaram por manter o filho na
série original (Foto: Guilherme Zauith/G1)


Como identificar um superdotado?
Segundo a Organização Mundial da Saúde pelo menos 3% da população mundial tem altas habilidades. Não é simples chegar ao diagnóstico porque os sinais podem ser confundidos com problemas como dislexia, déficit de atenção ou outros transtornos de aprendizagem.
Os superdotados têm raciocínio e aprendizagem rápidas, são curiosos, pesquisadores natos, na infância tendem a querer conviver mais com os adultos, e podem ter problemas de interação social. No entanto, somente os testes aplicados por psicólogos e validados pelo Conselho Nacional de Psicologia, podem, de fato, identificar se a criança tem alta habilidade. Estas tem quociente de inteligência (QI) acima de 130 – a média fica entre 100 a 110.
Segundo o psicólogo escolar Adriano Gosuen para chegar ao diagnóstico nunca se aplica um teste só. São necessários no mínimo dois para uma avaliação mais consistente. "São oito encontros intercalados de uma semana para avaliação. O diagnóstico é importante para ajudar a entender o que está acontecendo com a criança. Não é essencial para dar um nome, e sim, para tomar uma atitude." Também é necessária uma análise clínica.
A avaliação só pode ser feita a partir dos 6 anos. Antes, familiares e professores podem acompanhar a precocidade da criança, que neste período é só um indicador. “Às vezes uma criança aos 3 anos chega lendo, escrevendo e fazendo contas. Vale acompanhar para ver se aquilo que a criança desenvolveu cedo vai permanecer, e fazer com que aprenda algo”, diz a psicóloga Andréia Roselia Alves Panchiniak, coordenadora do Núcleo de Atividades de Altas Habilidades da Fundação Catarinense de Educação Especial.
"Da mesma forma que o deficiente precisa de estratégia para se desenvolver, os superdotados precisam de atendimento especializado para que a capacidade seja estimulada e não perca", complementa Andréia.

Pular ou não de série?
Crianças com altas habilidades precisam ser estimuladas e desafiadas para que o potencial seja desenvolvido. Propor atividades ligadas ao campo de interesse no contraturno escolar é uma das maneiras. Acelerar a série é outra opção. No entanto, neste caso, especialistas alertam que é importante avaliar a maturidade do estudante.
"É preciso desenvolver o potencial para a energia não ficar represada, mas não dá para exigir postura de adulto. A questão emocional tem de ser cuidada, não dá para a criança virar um mini-adulto porque tem facilidade em uma determinada área", afirma Paula Virgínia Viana Cantos, orientadora educacional do Colégio Graphein, em São Paulo. "Pular série acarreta uma dificuldade emocional, o aluno tem de ter oportunidade de viver as fases da vida. Ele é uma criança, acima de tudo, tem de ter contato com as pessoas da mesma idade."
O Graphein é um colégio que atende pouco mais de 100 alunos, em salas com turmas de até 12 pessoas. O currículo é personalizado. Um aluno com facilidade em determinada disciplina tem acesso a conteúdos mais avançados, que pode não ser o mesmo dos outros colegas de classe. “Somos procurados por pais cujos filhos não se adaptam às escolas convencionais.”

Lucas Galvão já ganhou 15 medalhas em olimpíadas do conhecimento (Foto: Arquivo pessoal/Lucas Galvão)Lucas Galvão já ganhou 15 medalhas em olimpíadas do conhecimento (Foto: Arquivo pessoal/Lucas Galvão)

Campeão de olimpíadas
Lucas Pereira Galvão de Barros, de 15 anos, é superdotado, mora em São Paulo, e aproveita as altas habilidades na matemática. Aos 3 anos já lia e gostava de fazer contas. Hoje cursa o 1º ano do ensino médio no Objetivo Integrado, em São Paulo, e participa de olimpíadas desde 2010. Já tem mais de 15 medalhas na coleção, entre elas, duas internacionais. Desde sempre trata a questão com naturalidade. "Tentava não fazer disso um problema, para não ser diferente, queria socializar. Tentava não me sentir diferente", diz.
Lucas evita falar que é superdotado 'para não ser chato' e não gosta de estereótipos como gênio. "Se as pessoas souberem tudo bem, não tem problema, até porque na minha sala todos são excelentes alunos." "Em exatas eu vou bem em geral, português eu não acho tão fácil, mas também não vou mal. Tenho mais facilidade em aprender, mas preciso estudar. Não é por causa disso que vou passar fácil no vestibular ou nas provas de olimpíadas."
Lucas vai fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o vestibular da Fuvest como treineiro e assim que concluir o ensino médio pretende cursar engenharia – quem sabe fora do Brasil.
A mãe Cristina Pereira Galvão de Barros, de 43 anos, diz que não cogitou adiantar Lucas de série pois seu desenvolvimento emocional está dentro da idade correta. "Desde de bebê ele tinha um comportamento diferente. Tinha ansiedade por aprender, tinha facilidade para contar histórias. Aos 2 anos queria ler, pois dizia que era o único analfabeto da casa. Fui procurar ajuda, fizemos os testes e foi um susto."
Cristina diz que como o filho não tem problema para interagir, pois isso só vê vantagens no fato de ele ter altas habilidades. "Ele sempre conquistou as pessoas, tem facilidade para fazer amizade, vai ao cinema, frequenta festas. Ele é um adolescente mais responsável, mais maduro, mas sempre foi assim, independente da questão de ser superdotado. Há o mito de que o superdotado é um nerd com óculos de fundo de garrafa enfiado no quarto", afirma. "Hoje eles são super iguais, tem muito mais do que a gente imagina. Aliás, às vezes são desperdiçados, há talentos soltos por aí. Nossa preocupação com o estímulo é diária."