- Por Augusto Nunes - Veja.com
Há dois dias, o comentário de 1 minuto para o site de VEJA constatou
que, por negar-se a enxergar as mudanças operadas pela Lava Jato na paisagem
brasileira, a alma penada de Lula ainda não descobrira que, hoje, nenhum fora
da lei está acima da lei. Descobriu nesta manhã, quando a mão do destino ─
disfarçado de Polícia Federal ─ bateu à porta do apartamento do ex-presidente
em São Bernardo.
Até este histórico 4 de março, Lula acreditava que, se todos são iguais
perante a lei, ele sempre seria mais igual que os outros. Esse status de
condenado à perpétua impunidade lhe permitiria, por exemplo, rejeitar
intimações judiciais, zombar de autoridades dispostas a fazer Justiça e
debochar do Estado Democrático de Direito. Acordou para a vida real ao ser
acordado pela 24ª fase da Lava Jato, batizada de Alethea.
Conduzidos coercitivamente ao local do depoimento, Lula e o filho
Lulinha tiveram de abrir o bico ─ pela primeira vez ─ sobre as bandalheiras em
que se meteram. A família que se julgava inimputável foi enquadrada por juízes,
procuradores e policiais que não temem criminosos da classe executiva. Alethea,
convém ressaltar, é uma palavra grega que significa “busca da verdade”. Nesta
sexta-feira, a verdade venceu a mentira.