"O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética... O que me preocupa é o silêncio dos bons." - Martin Luther King

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

O Remendo Velho dos Religiosos - Rev. David Marcos

Não seja um odiador do Natal - R. C. Sproul

Bah! Humbug!”. Essas duas palavras são imediatamente associadas ao anti-herói fictício e imortal de Charles Dickens, Ebenezer Scrooge[1]. Scrooge foi o protótipo do Grinch que roubou o Natal[2], o paradigma de todos os homens céticos.
Resultado de imagem para odiador do natalTodos reconhecemos que Ebenezer Scrooge era uma pessoa mesquinha — avarenta, insensível, egoísta e cruel. O que muitas vezes falta em nossa compreensão de seu caráter é que ele era preeminentemente profano. “Bah! Humbug!”, era o seu uso vitoriano de profanação.
Não que qualquer editor moderno sentisse a necessidade de eliminar as profanidades de Scrooge. Sua linguagem não é o padrão usual de xingamento. Mas era profano que Scrooge ridicularizasse o que era santo. Ele desdenhava a santidade do Natal. Ele desprezava o que era sagrado. Ele era cético em relação ao que era sublime.
O Natal é uma data comemorativa, de fato o feriado mais feliz do mundo. É chamado de um “holiday” [literalmente, dia santo] porque o dia é sagrado. É um dia em que as empresas não abrem as portas, as famílias se reúnem, as igrejas estão cheias e os soldados baixam as suas armas para uma trégua de 24 horas.[3] É um dia diferente de todos os outros dias.
Cada geração tem a sua abundância de Scrooges. A igreja está cheia deles. Ouvimos intermináveis ​​queixas sobre o comercialismo. É dito constantemente para trazermos Cristo de volta ao Natal. Ouvimos dizer que a tradição de papai noel é um sacrilégio. Ouvimos os que conhecem o rumor da história que o Natal não é bíblico. “A Igreja inventou o Natal para competir com a antiga festa romana que homenageava o deus-touro Mitra”, é a objeção dos que se queixam. “Natal? É uma mera rendição ao paganismo”.
E assim nós desencorajamos a celebração de Jesus e evitamos firmemente nos envolver na feliz data comemorativa. Tudo isso é apenas uma dose moderna de Scroogeismo, a nossa própria profanação hipócrita do que é santo.
É evidente que o Natal é uma época comercial. As lojas de departamentos ficam totalmente decoradas, as páginas publicitárias dos jornais crescem e marcamos o número de dias de compras que faltam até o Natal. Mas, por que todo o comércio? O alto grau de comércio no Natal é impulsionado por uma coisa: a compra de presentes para outros. Presentear nossos amigos e familiares não é um vício feio e desprezível. Isso encarna o amorfo “espírito do Natal”. A tradição repousa, em última instância, no dom supremo que Deus deu ao mundo. Deus amou o mundo de tal forma, diz a Bíblia, que deu o seu Filho unigênito. Dar presentes é uma resposta maravilhosa ao recebimento de tal dom. Pelo menos em um dia do ano nós provamos a doçura inerente à verdade de que coisa mais bem-aventurada é dar do que receber.
“Que tal trazer Cristo de volta ao Natal?”. Isso simplesmente não é necessárioCristo nunca saiu do Natal. “Bate o Sino” nunca substituirá “Noite Feliz”. Nosso feriado que uma vez foi conhecido como Dia de Ação de Graças está rapidamente se tornando conhecido simplesmente como “Dia do Peru”. Porém o Natal ainda é chamado de Natal. Não é chamado de “Dia do Presente”. Cristo ainda está no Natal, e por um breve momento um mundo secular transmite a mensagem de Cristo em cada estação de rádio e canal de televisão na terra. A igreja nunca recebe tanto tempo disponível para expressar-se quanto durante a temporada de Natal.
Não apenas a música, mas as artes visuais estão presentes em abundância, dando testemunho do significado histórico do nascimento de Jesus. As apresentações de Natal relembram o mundo da santa encarnação.
“Papai noel não paganiza ou pelo menos banaliza o Natal? Ele é um mito, e sua própria mitologia lança uma sombra sobre a séria realidade histórica de Jesus”. De maneira nenhuma. Mitos não são necessariamente ruins ou prejudiciais. Toda sociedade cria mitos. Eles são uma forma de arte peculiar inventada geralmente para transmitir uma mensagem que é considerada importante pelo povo. Quando um mito é passado como uma história real, isso é fraude. Mas quando serve a um propósito diferente, pode ser saudável e virtuoso. Papai Noel é um herói mítico, não um vilão. Ele é pura ficção, mas uma ficção usada para ilustrar uma verdade gloriosa.
“E as origens históricas do Natal como substituto de uma festa pagã?”. Só posso dizer: foi bom que os primeiros cristãos tiveram a sabedoria de fugir de Mitra e direcionar o seu zelo à celebração do nascimento de Cristo. Quem atualmente associa o Natal a Mitra? Ninguém o chama de “Festa de Mitra”.
Nós celebramos o Natal porque não podemos erradicar de nossa consciência a nossa profunda atenção à diferença entre o sagrado e o profano. O homem, no sentido genérico, tem uma propensão incurável para delimitar o espaço e o tempo sagrados. Quando Deus apareceu a Moisés na sarça ardente, o chão que antes era comum de repente tornou-se incomum. Agora era terra santa, um espaço sagrado. Quando Jacó despertou de sua visão noturna da presença de Deus, ungiu com azeite a rocha sobre a qual descansava a sua cabeça. Esse era um lugar santo.
Quando Deus toca a terra, o lugar é santo. Quando Deus aparece na história, o tempo é santo. Nunca houve um lugar mais santo do que a cidade de Belém, onde o Verbo se fez carne. Nunca houve um tempo mais santo do que a manhã de Natal, quando nasceu Emanuel. O Natal é uma data comemorativa. É a mais santa das datas santas. Devemos prestar atenção ao alerta de Jacob Marley[4]: “Não seja um Scrooge” no Natal.
#1: Ebenezer Scrooge é a personagem principal da história “Um Conto de Natal”, de Charles Dickens. Scrooge mais tarde serviria como inspiração para a criação da personagem “Tio Patinhas”, de Walt Disney, mais conhecida no Brasil. Scrooge é insensível, ganancioso, avarento e expressa especial aversão pela época de Natal. ‒ N. T.
#2: Referência ao filme “Como o Grinch roubou o Natal”, que conta a história um ser verde, o Grinch, que não suporta a alegria da época natalina. Decidido a acabar com a festa, ele resolve invadir os lares dos vizinhos e roubar os presentes e enfeites relacionados ao Natal. ‒ N. T.
#3: Referência à “Trégua de Natal”, ocorrida nas trincheiras próximas à cidade de Ypres, na Bélgica, em 24 e 25 de 1914, entre soldados alemães e os seus rivais ingleses e franceses, durante a 1ª Guerra Mundial. ‒ N. T.
#4: Jacob Marley é um dos personagens de “Um Conto de Natal”. Ele alerta Scrooge sobre a sua forma avarenta de viver; o que dentre outros eventos, colobora para a transformação de Scrooge, que passa a amar o Natal e a ser generoso com os necessitados. Diz-se que ninguém celebrava o Natal com mais entusiasmo que ele após essa mudança. ‒ N. T.
Por: R.C. Sproul. © Ligonier Ministries.Website: ligonier.org. Traduzido com permissão. Fonte: Don’t Be a Scrooge This Christmas.
Original: Não seja um odiador do Natal. © Ministério Fiel. Website: MinisterioFiel.com.br. Todos os direitos reservados. Tradução: Camila Rebeca Teixeira. Revisão: William Teixeira.

R. C. Sproul nasceu em 1939, no estado da Pensilvânia. É ministro presbiteriano, pastor da igreja St. Andrews Chapel, na Flórida. É fundador e presidente do ministério Ligonier, professor e palestrante em seminários e conferências, autor de mais de sessenta livros, vários deles publicados em português, e editor geral da Reformation Study Bible.

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

O Cristão e a Educação no Brasil

Vídeo original em http://voltemosaoevangelho.com/blog/2017/12/o-que-o-cristao-deve-fazer-diante-da-decadente-educacao-brasileira-vecast-25/

NOTÍCIAS DO BRASIL - 18 DE DEZEMBRO DE 2017 - Por Cláudio Humberto

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CUNHA E DIRCEU NÃO ACREDITAM EM VITÓRIA DE LULA
O ex-deputado João Paulo Cunha, que foi presidente da Câmara, e o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, importantes líderes do PT, não acreditam em vitória do ex-presidente Lula, no caso de sua improvável candidatura em 2018. Ambos fazem defesa inflamada de Lula, Dirceu até convocou “um dia de fúria” para tentar impedir no grito sua condenação em 24 de janeiro, mas durante conversas reservadas em Brasília, revelam-se pessimistas sobre as chances do ex-presidente.

Respeitados pela experiência na articulação política, o ex-deputado e o ex-ministro espantam interlocutores quando preveem a derrota de Lula.

Condenados à prisão no mensalão, João Paulo e Dirceu são tão fiéis a Lula que viraram casos raros de petistas que não entregaram o líder.

A avaliação de João Paulo Cunha coincide com a de Dirceu. Até parece que andaram conversando muito sobre o assunto.

Ex-deputados pelo PT-SP, Cunha e Dirceu têm a mesma avaliação: a tendência é murchar o atual favoritismo de Lula nas pesquisas.

Presidido pela jovem deputada Renata Abreu (SP), de 35, o Podemos deverá desarrumar a configuração partidária da Câmara: deputados de cinco partidos negociam filiação à sigla que terá o senador paranaense Álvaro Dias como candidato à presidência. Mas é do PSDB onde se espera um desembarque significativo: pelo menos dez deputados federais, quase todos jovens, preparam o desembarque do partido.

Cerca de 30 mil presos vão para casa no “saidão” de Natal e Ano Novo, em São Paulo, e não serão monitorados por tornozeleira eletrônica. Tem gente abastecendo a despensa para se trancar em casa.

O Paraná Pesquisa verificou que o maior apoio a Jair Bolsonaro para presidente está na faixa etária 16 e 24 anos (29,2%). Geraldo Alckmin lidera entre eleitores de mais de 60 anos: 32,5% das intenções de voto.

O juiz catarinense Márcio Schiefler Fontes, 37, impressiona pela competência, em sua atuação como conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Até o início do ano, ele era juiz auxiliar do saudoso ministro Teori Zavascki, do STF, nos casos envolvendo a Lava Jato.

O comércio está otimista, e o movimento é de País que saiu mesmo da recessão. Já são escassos, por exemplo, os enfeites de Natal a venda em lojas. Nos últimos três natais, os produtos sobraram nas prateleiras.

Hoje chefe de pavilhão no presídio, o ex-governador Sergio Cabral poderia ajudar a desvendar o mistério do desaparecimento na Zona Portuária do Rio de seis vigas de aço, cada uma delas com 40 metros de comprimento e pesando 20 toneladas. Afinal, ferro não evapora.

A produtividade do setor industrial subiu pelo sexto trimestre seguido. Segundo a CNI, a alta entre julho e setembro foi de 1,2% em relação ao trimestre anterior e de 8,1% em relação ao mesmo período do 2016.

…o emprego de parlamentar é o céu: trabalho curto, férias longas e todas as despesas pagas pelo empregador.
Fonte: http://www.diariodopoder.com.br/coluna.php

segunda-feira, 29 de maio de 2017

COMO A DOUTRINA AFETA O EVANGELISMO – Os Caminhos Divergentes de Asahel Nettleton e Charles Finney – Por Rick Nelson

Resultado de imagem para teologia reformada  Muitos hoje expressam surpresa quando ouvem o nome de Asahel Nettleton, o último grande evangelista que expôs as Doutrinas da Graça. Embora Nettleton (1783-1844) tenha visto trinta mil pessoas convertidas durante um ministério ativo de dez anos no início do século XIX, seu legado sofre de trágica negligência, talvez até de menosprezo, nas mãos dos historiadores eclesiásticos contemporâneos.
Por outro lado, Charles G. Finney (1792-1875) tem sido objeto de extensiva abordagem biográfica. Considerado o pai do avivalismo moderno, Charles Finney representa o marco divisor na mudança do calvinismo para o arminianismo como a teologia predominante no evangelismo. Conservadores gostam muito de Charles Finney por causa de seu zelo evangelístico, e liberais se referem com orgulho ao envolvimento de Finney na reforma social. Mark A. Noll considera Charles Finney “a figura crucial no evangelicalismo dos norte-americanos brancos, depois de Jonathan Edwards”, tendo impacto mais duradouro do que Ralph Waldo Emerson, Daniel Webster e Horace Mann, na vida da nação emergente.
O legado de Charles Finney moldou, em muitos aspectos, a teologia e a metodologia do evangelismo, em especial o evangelismo dos batistas do Sul. A publicação das obras mais importantes de Finney, Lectures on Revivals of Religion (Palestras em Avivamentos da Religião) e Lectures on Systematic Theology (Palestras em Teologia Sistemática), causaram um impacto no evangelismo que se estende até aos nossos dias. A ênfase dos batistas do Sul nas cruzadas simultâneas, na preparação das cruzadas e no sistema de apelo público e a utilização de reuniões de avivamento como estratégia podem ser atribuídas à considerável influência de Charles Finney sobre o evangelicalismo de seus dias.
Este artigo afirma o ponto de vista de que a crença de uma denominação, uma igreja ou uma pessoa a respeito da salvação está diretamente relacionada ao evangelismo que elas praticam. A soteriologia molda a metodologia de evangelismo. O pressuposto é que a sã doutrina da salvação deve produzir uma prática correta de evangelismo.

segunda-feira, 15 de maio de 2017

NOTÍCIAS DA REPÚBLICA - 15 DE MAIO DE 2017 – POR CLÁUDIO HUMBERTO – DIÁRIO DO PODER

Resultado de imagem para noticiasDELAÇÕES PODEM LEVAR DILMA ATÉ MESMO À PRISÃO
São tão graves as acusações extraídas das delações de Mônica Moura e João Santana, divulgadas também em vídeo, que nos meios jurídicos já se aposta na prisão da ex-presidente Dilma, com o objetivo de preservar provas e barrar suas tentativas de obstruir a Lava Jato. Além de compartilhar com investigados as informações recebidas do ministro da Justiça sobre a ação da Polícia Federal, Dilma ainda recomendou a Mônica e João esconder em Cingapura o dinheiro depositado na Suíça.
ENQUADRAMENTO
Vazar informações obtidas em razão do cargo pode render ação penal para Dilma e Cardozo, ex-ministro. Art.325 do código penal, cana de 2 anos.
ELA É REINCIDENTE
Ao avisar o casal de marqueteiros sobre os passos da Lava Jato, Dilma pode ser enquadrada em novo crime de obstrução à Justiça. O terceiro.
LAPTOP É A CHAVE
Além da prisão de Dilma, a força-tarefa da Lava Jato quer pôr as mãos no laptop da ex-presidente, onde podem ser encontradas as provas.
PROVAR SERÁ FÁCIL
Ordem judicial fará o Gmail localizar em seus servidores as mensagens que Mônica trocou com Dilma usando apenas a pasta de rascunhos.
NEGÓCIOS DE MARES GUIA PODEM SER ALVO DE CPI
A operação de fusão do grupo de ensino Kroton com as faculdades Estácio, avaliada em mais de R$ 28 bilhões, poderá ser objeto de investigação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI). É o que propõe o deputado Áureo Lídio (SD-RJ), que vê nebulosidade na operação comercial conduzida pela empresa que foi criada por Walfrido dos Mares Guia, ex-ministro da Articulação e amigão de Lula.
EM TEMPOS
Foi no jatinho da empresa de Walfrido dos Mares Guia que Lula voou até Curitiba para ser interrogado por Sérgio Moro, quarta (10).
CARDOZO EM CENA
Chama atenção na fusão Kroton/Estácio a contratação do advogado e ex-ministro José Eduardo Cardozo para defender o negócio no Cade.
FICOU PARA JULHO
A análise da fusão entre os dois grupos foi ampliada por 90 dias em abril deste ano. A decisão do Cade deve sair em julho.
LULA NO SAL
Ex-ministro de Lula e Dilma recolhido aos costumes, Antonio Palocci acusou Mônica Moura e João Santana de buscarem “liberdade impune” com suas delações. Horas depois, anunciava a decisão de virar delator.
TÁ FEIA A COISA
Criminalistas criticam defensores de Lula, por atuarem mais como assessores de imprensa dele do que como advogados. Até agora, enviaram à imprensa mais de 200 “notas à imprensa”. Uma por dia útil.
QUEM PAGA É O MUNÍCIPE
A partir de hoje e até quinta (8), Brasília recebe a 20ª Marcha dos Prefeitos. Eles reclamam de pindaíba, mas só as inscrições saem por até R$1.800. Sem contar despesas, inclusive com as farras habituais.
LONDON, LONDON
A frenética sexta-feira, 12, surpreendeu em Londres o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho, procurado pela Operação Bullish, da PF, e o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, delatado pelo marqueteiro João Santana e sua mulher Mônica Moura. Hummm...
TUCANA NA REFORMA
A deputada Shéridan Oliveira (RR) deve ser indicada pelo PSDB para relatar a reforma política “alternativa”. Prevê cláusula de desempenho, federação de partidos e extingue coligações em eleições proporcionais.
REFORMA VAI RENDER VOTOS
Para convencer deputados mais preocupados com a próxima eleição do que com as próximas gerações, o governo Michel Temer tem alegado que a aprovação da reforma da previdência produzirá efeitos positivos na economia antes mesmo da eleição de 2018.
IBANEIS 2018
Ex-presidente da OAB-DF e membro do conselho federal da Ordem, Ibaneis Rocha tem sido citado como provável candidato ao governo do Distrito Federal. Seria uma espécie de “João Dória de Brasília”.
PENSANDO BEM...
...a partir das delações de João Santana e Mônica Moura, Dilma vai dormir todos os dias sonhando com o japonês da Federal.
Fonte: http://www.diariodopoder.com.br/coluna.hp

terça-feira, 2 de maio de 2017

A busca de sinais - Por MERVAL PEREIRA


Resultado de imagem para políticaMuito mais do que as manifestações sindicais de sexta-feira e ontem, 1 de maio, a pesquisa do Datafolha que mostra o ex-presidente Lula à frente da corrida presidencial tem capacidade de influir na decisão de deputados e senadores sobre as reformas trabalhista e da Previdência.
Ganha força o argumento do senador Renan Calheiros que diz que Lula vai dar “um passeio” em 2018, e especialmente no nordeste a popularidade em torno de 50% é argumento forte para políticos conservadores já buscarem alianças eleitorais que, por inconsistentes ideologicamente, só perpetuarão a miséria política em que estamos metidos.
A esta altura, os políticos que só pensam na próxima eleição e não na próxima geração, estão pesando as possibilidades de Lula vir a ser candidato para analisar em que direção o vento soprará. Não há novidade no fato de que, condenado em segunda instância, o ex-presidente, assim como qualquer cidadão, estará inviabilizado eleitoralmente.
Resta agora saber se isso acontecerá, e em tempo hábil para impedir sua candidatura. Mesmo condenado em primeira instância Lula e outros políticos mantém o direito de se candidatar, pois a Lei da Ficha Limpa diz que apenas com uma condenação em órgão colegiado o candidato fica impedido de concorrer.
Mesmo que hipoteticamente o Juiz Sérgio Moro de Curitiba, ou Vallisney de Souza, de Brasília, o absolvessem, o Ministério Público poderia recorrer e se o TRF correspondente o condenasse, Lula estaria impedido. Ao contrário, se os juízes de primeira instância o condenassem e o TRF o absolvesse, Lula poderia concorrer.
Mas existe ainda a discussão antecedente sobre se um réu pode ser candidato a Presidente da República, já que não há dúvida de que, mesmo condenado em primeira instância, qualquer um pode se candidatar a outros cargos eletivos. Essa dúvida sobre o réu existe devido à recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de retirar o senador Renan Calheiros da linha de substituição da presidência da República, por ser réu, mas mantê-lo na presidência do Senado.
Por essa lógica, um réu não poderia ser candidato a um cargo que não poderia assumir se vencesse a eleição. Nos meios jurídicos dá-se o exemplo dos Estados Unidos, cuja Constituição diz que o presidente tem que ser “americano nato”. Sendo assim, um político naturalizado, como o ex-governador Arnold Schwarzenegger não poderia se candidatar à presidência, mas pode ser senador e governador.
Na visão de muitos, Lula, caso não estivesse condenado em segunda instância, poderia se candidatar a deputado, senador ou governador em 2018, mas não a presidente da República. Mas o Ministro Marco Aurélio Mello do Supremo Tribunal Federal (STF) sustenta que Lula, mesmo sendo réu, pode ser candidato a Presidente pois a eleição para tal cargo suspenderia a ação.
Outros acreditam que apenas os réus no Supremo Tribunal Federal não podem ser candidatos. O art. 86 da Constituição faz parte da Seção III, do Capítulo II, que trata Do Poder Executivo e se refere a Presidente da República no exercício do cargo: “Art. 86 § 4˚ O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.”
A leitura do ministro Marco Aurélio é de que, eleito, o candidato, mesmo sem tomar posse, já está protegido pelas ressalvas constitucionais, e ele tem certamente apoiadores. Outros ministros e juristas, no entanto, pensam de maneira diferente, e se não houver uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ou do Supremo, poderemos enfrentar uma crise institucional grave. Lula eleito, seria um contrasenso proibi-lo de tomar posse. Fica tudo muito parecido com a famosa frase de Carlos Lacerda: “Getulio Vargas não pode ser candidato, se for candidato, não pode vencer, se vencer, não pode tomar posse, se tomar posse, não pode governar”.
A classe política deve estar em polvorosa, buscando sinais do que acontecerá até o próximo ano. Mas as pesquisas que se fazem agora, 17 meses antes da eleição, não esclarecem o futuro, dão apenas indicações precárias. Em 1994, Lula era o favorito e foi atropelado por Fernando Henrique e seu Plano Real. Em 2010, o então governador de São Paulo, José Serra,  era o favorito e foi surpreendido pela novata Dilma Rousseff.
Há fatores externos à política, como a Lava Jato, que têm influência decisiva na equação final, tendo já afetado a popularidade de Lula nos grandes centros e em várias regiões, e inviabilizado candidaturas tucanas tradicionais.


Fonte: http:/blogs.oglobo.globo.com/merval-pereira/post/busca-de-sinais.html