"O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética... O que me preocupa é o silêncio dos bons." - Martin Luther King

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

QUATRO LONGOS ANOS CUSTARÃO A PASSAR

Por CARLOS CHAGAS
A mais nova irritação da presidente Dilma, despejada sobre seus principais auxiliares palacianos, refere-se ao vazamento de informações sobre a nova equipe econômica. Ela não gostou de ler o óbvio nos jornais, que Joaquim Levy seria o novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, no Planejamento, e Alexandre Tombini permanecendo no Banco Central. Depois de reunir-se com os três, separadamente, em mais de uma oportunidade, queria o quê? Não se fala dos servidores do cafezinho, aliás, requentado, que frequentam seu gabinete, mas dos novos ministros, como também dos que serão substituídos ou remanejados. Claro que todos comentaram as escolhas, mesmo não tendo recebido da chefona a comunicação oficial. Não integrariam o primeiro escalão da equipe governamental caso carecessem de percepção acurada. Como em especial os que não vão ficar. Eles deixariam de ser mortais se não acusassem ressentimento. Acresce os novos ministros: um brilho excepcional nos olhos, sorrisos exagerados, confidências às secretárias ou simples comportamento extemporâneo – tudo são sinais inequívocos de novidades. Nem se fala do trabalho dos jornalistas credenciados no Planalto ou encarregados da cobertura econômica. E mais a torcida do Flamengo, junto com o empresariado, atentos às mudanças programadas.
Esse episódio corriqueiro leva-nos a passar do particular para o geral. O que chama a atenção é o permanente estado de irritação da chefe do governo. Aliás, permanente desde seus tempos no ministério das Minas e Energia, depois na Casa Civil e na presidência da República. Ela está muito mais para Ernesto Geisel do que para Fernando Henrique ou o próprio Lula. O general explodia até quando perdia o jogo de biriba, o sociólogo respirava dez vezes antes de encontrar uma forma de achar tudo normal e o líder sindical conseguia superar percalços virando um copinho ou outro do precioso líquido escocês.
Dilma, não. Leva para o palácio da Alvorada frustrações e ressentimentos, esmaecidos apenas quando visitada pelo netinho. Como regra, porém, explode diante de ajudantes-de-ordem, garçons, auxiliares de toda espécie e principalmente ministros, cobrando justa ou injustamente falhas e omissões. Ou deveres de casa diligentemente feitos.
Dilma aguentará assim mais quatro anos? Ou, invertendo-se a equação, aguentará assim sua equipe, renovada ou não? Impossível evitar o contágio. De uns anos para cá o país ficou irritadiço. Intolerante por conta do sistema em cascata. Não tendo em quem desabafar, o cidadão comum chuta o cachorro. Quando recebe um “bom-dia”, indaga do interlocutor o porque, já que está chovendo ou fazendo calor…
Necessitaria o país de um refrigério. Vem aí o Natal, depois o Carnaval. Em paralelo, a crise econômica, a roubalheira na Petrobras, a inflação e mesmo os rescaldos do sete e um com a Alemanha. O diabo é saber que quatro longos anos custarão a passar.


quarta-feira, 19 de novembro de 2014

PeTralhadas sem fim

·                     GLEISI ROGA A SENADORES NÃO SER CONVOCADA À CPMI
Ministra da Casa Civil do governo Dilma, Gleisi Hoffmann (PT-PR) tem procurado senadores de vários partidos, inclusive de oposição, para tentar impedir sua convocação na CPMI da Petrobras. O megadoleiro Alberto Youssef disse ter entregue R$ 1 milhão para sua campanha ao Senado, em 2010, e Paulo Roberto Costa, também preso na Operação Lava Jato, disse ter recebido pedido do ministro Paulo Bernardo (Comunicações), marido de Gleisi, para “ajudar na campanha” dela.
·                     DESGASTE
Quem viu Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann nos últimos dias afirma que o casal anda bem abatido, após as delações do Petrolão.
·                     FATOR DECISIVO
Desnorteada e dividida, a base aliada não pôde impedir a quebra de sigilo do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, na CPMI da Petrobras.
·                     CHUMBO TROCADO
Após a convocação de Sérgio Machado, indicado por Renan Calheiros à Transpetro, o PMDB deu o troco: votou pela convocação de Vaccari.
·                     ROUBÔMETRO
O Petrolão por enquanto só perde para a Copa, no campeonato de superfaturamento de obras: R$ 10 bilhões contra R$ 25,6 bilhões.


·                     ‘HOMEM DA MALA’ DA FRIBOI FOI PUPILO DE SEVERINO
Apelidado de “Homem da Mala da Friboi” na campanha, após atuar como office-boy do Grupo JBS, Ricardo Saud foi assessor e pupilo de Severino Cavalcanti (PP-PE), que exigiu “diretoria que fura poço” na Petrobras para apoiar o governo Lula. Saud continuou no ramo: dividiu apartamento em Brasília e carregava pasta de Eduardo da Fonte (PP-PE), deputado citado na delação premiada de Paulo Roberto Costa.
·                     PIADA AMBULANTE
O “deslumbramento” de Ricardo Saud entrou para o anedotário de Brasília e neutralizou em parte as generosas doações do JBS/Friboi.
·                     RECORDE MUNDIAL
Após torrar R$ 253 milhões nas eleições, o JBS/Friboi é o recordista mundial em doações – desinteressadas, claro… – para políticos.
·                     À BEIRA DE UM ATAQUE
Políticos ligados a Lula estão preocupados: a investigação do Petrolão o deixou mais preocupado (e nervoso) que nos tempos de mensalão.
·                     É A DEMOCRACIA, ABESTADOS
Dilma cuspiu fogo, reclamando que “ninguém controla” e nem sequer tem acesso à informações da Polícia Federal. Até o ministro da Justiça, chefe da PF, só soube da fase “juízo final” da Lava Jato como qualquer brasileiro: pela imprensa. Que essa turma também adoraria controlar.
·                     QUESTÃO DE ISONOMIA
Políticos do PMDB reclamam tratamento isonômico: o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, deveria fazer companhia a Fernando Baiano na cadeia. Um e outro eram contato dos partidos na quadrilha do Petrolão.
·                     RABO PRESO
A Procuradoria da República no DF intimou o comandante do Exército a explicar por que se recusa a confiscar honrarias militares concedidas a mensaleiros. O general Enzo Peri ainda se esconde de jornalistas, e o Ministério da Defesa informou que “não faz atendimento à imprensa”.
·                     GANHA PESO
A oposição está na torcida para que a CPMI da Petrobras sequer consiga votar o relatório este ano, o que só aumenta a necessidade de criar uma nova comissão de inquérito na próxima legislatura, em 2015.
·                     EMPILHANDO CONTRATOS
Amiga do prefeito de S. Bernardo (SP), Luiz Marinho (PT), a agência de propaganda Sotaque levou licitação de R$ 9 milhões do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC. Agora é favorita na licitação de R$ 6,7 milhões na vizinha São Caetano, do aliado Paulo Pinheiro (PMDB).
·                     TROCO PETISTA
Logo após a quebra de sigilo bancário de João Vaccari, petistas escreveram requerimento à mão para incluir na pauta da CPMI a inútil convocação de José Gregori, tesoureiro do PSDB.
·                     SURPRESA
Candidato à Presidência da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) tem garantido a deputados que não aparecerá entre os envolvidos no Petrolão: “Se eu tivesse o que temer, não estaria na disputa”, afirma.
·                     DECADÊNCIA
Um boné enviado da Irlanda para um leitor chegou ao Brasil em 72 horas, mas até hoje – 33 dias depois – os Correios não o entregaram no destino. Pior: nem se dão ao trabalho de fixar prazo.
·                     PENSANDO BEM…
…sem furar um único poço, a gangue do escândalo da Petrobras descobriu por que petróleo é chamado de “ouro negro”.


 Fonte: Diário do Poder - Cláudio Humberto - http://www.diariodopoder.com.br/coluna/


terça-feira, 4 de novembro de 2014

PARA QUEM AINDA CONSEGUE MANTER A CEGUEIRA - Venezuela firma acordo com MST pela “revolução socialista”

- As perguntas que se faz são:
1. Até quando esse (des)governo, usará nossos impostos para financiar a quadrilha MST???
2. Por que esses “cocaleros” não foram presos junto com os outros "quadrilheiros" do MST por atentado ao Estado, inclusive a babá que foi pega com arma no Aeroporto???
3. O que o Ministro da Justiça (PT) tem a dizer???
– Bo@noia só queria entender... detesto que me façam de “otário”...

No Brasil é assim: você diz que Fulano é socialista e quer um regime autoritário. O sujeito não acredita. Aí você mostra o próprio Fulano afirmando exatamente isso. O sujeito continua sem acreditar. Aí você esfrega inúmeras evidências e provas em sua cara, mostra o avanço passo a passo do assalto ao poder por esses grupos, e o sujeito te acusa de ser “paranoico”, “reacionário”, “direitista” e “golpista”. Não é incrível?
Leio no GLOBO que o governo venezuelano assinou convênio com o MST. Que parceria linda! Eles se merecem. Só lembrando: governo da Venezuela é aquele que usa milícia cubana para atirar no próprio povo, e MST é o braço armado do PT no campo, aquele que ainda sonha com uma reforma agrária nos moldes comunistas, que destruiriam o único setor ainda forte de nossa economia, que é o agronegócio. Vejam:

O ministro para Comunas e Movimentos sociais da Venezuela, Elias Jaua, cuja babá foi presa em São Paulo ao tentar ingressar no país com uma arma guardada em uma maleta, assinou um convênio com o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), conforme ele mesmo definiu, “para fortalecer o que é fundamental em uma revolução socialista”. O convênio, de acordo com o MST, prevê estritamente cursos de formação na área de produção agrícola.
O acordo foi firmado no final do mês passado na sede da Escola Nacional Florestan Fernandes, do movimento sem-terra, em Guararema, a 80 quilômetros de São Paulo. A escola promove cursos de formação política e técnica para movimentos sociais do Brasil e da América Latina. Em discurso em Guararema, Jaua, que foi chanceler do ex-presidente Hugo Chávez, afirmou:
Foto: O GLOBO
— Firmar esse convênio para incrementar a capacidade de intercâmbio de experiências, de formação, para fortalecer o que é fundamental em uma revolução socialista, que é a formação da consciência e da organização do povo para defender o que já foi conquistado e seguir avançando na construção de uma sociedade socialista.
A declaração foi divulgada pela TV venezuelana Telesur, que recebeu o convênio firmado com o MST como uma iniciativa para desenvolver a economia comunitária.

O líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA), protocolou na sexta-feira passada no Ministério da Justiça e na procuradoria regional de São Paulo um pedido de abertura de investigações sobre possível prática de crime contra a segurança nacional e contra a ordem política e social cometido pelo ministro venezuelano. O tucano destaca que, além da arma, a suposta babá estava com documentos de “doutrinação política e ideológica”. Observou ainda que o ministro Elias Jaua Milano estava no Brasil para fechar acordos com o MST.

Mas você mostra esse fato escancarado para o sujeito, ou a sujeita, e não adianta: você ainda é o “paranóico”, aquele “radical da Veja”, que enxerga comunistas por todo canto, que acha que eles comem criancinha (caramba! e não é que comiam na China e na Coreia do Norte?).
É muito mais fácil fechar os olhos e repetir que “tinha de ser na Veja” (ou no GLOBO, ou na Folha, ou no Estadão, qualquer um menos aquela coisa chapa-branca), do que encarar de frente a própria dissonância cognitiva.
Parabéns a todos os eleitores do PT. Não votaram apenas numa quadrilha que montou um sistema de desvio e sucção de recursos públicos, ou num bando incompetente que produziu um quadro de estagflação que pune os mais pobres. Votaram também em sócios do chavismo bolivariano, que em parceria com nossos “movimentos sociais”, desejam implantar no Brasil uma “revolução socialista”. Não sou eu quem diz…
Rodrigo Constantino


segunda-feira, 3 de novembro de 2014

VACCARI AVISA AOS MAIS CHEGADOS QUE VAI SER PRESO (ou, segundo Bo@noia, mais um "PeTralha na Gaiola")

Tesoureiro do PT no escândalo do Petrolão do governo Dilma, assim como Delúbio Soares desempenhou o mesmo papel no Mensalão do governo Lula, João Vaccari Neto conhece profundamente a extensão de mais esse escândalo de corrupção na era petista. Talvez isso explique sua iniciativa de prevenir a família e amigos mais chegados que terá a mesma sorte de Delúbio: ele acha que acabará na prisão.
Segundo denúncias na Operação Lava Jato, Vaccari seria o principal interlocutor do PT e dos governos Dilma e Lula no esquema corrupto.
Vaccari é acusado de criar empresa-fantasma para ocultar operações que lhe renderam grandes quantias, por meio de negócios simulados.
A Polícia Federal estima que o esquema envolvendo o doleiro Alberto Youssef, parceiro de Vaccari, “lavou” R$ 10 bilhões surrupiados.
João Vaccari é velho conhecido do Ministério Público, que o acusa de maracutaias na Bancoop, cooperativa de bancários de São Paulo.


Diálogo ou secessão? - LUIZ FELIPE PONDÉ

FOLHA DE SP - 03/11
-O PT ensinou bem o ódio político ao Brasil e agora poderá provar do próprio veneno
A presidente bolivariana reeleita abriu seu novo reinado falando em diálogo. Gato escaldado tem medo de água fria: seria este o mesmo tipo de diálogo oferecido à "Veja"?
Ou às depredações que a militância petista fez à Editora Abril?
Ou às mentiras usadas contra Marina Silva e Aécio Neves durante a propaganda política?
Ou às perseguições escondidas a profissionais de diversas áreas que recusam aceitar a cartilha petista, fazendo com que eles percam o emprego ou fiquem alijados de concursos e editais?
Sei, muitos ainda negam a ideia de que exista um processo de destruição da liberdade de pensamento no Brasil. Mas, uma das razões que fazem este processo ser invisível é porque a maior parte dos intelectuais, professores, jornalistas, artistas e agentes culturais diversos concorda com a destruição da liberdade de pensamento no Brasil, uma vez que são membros da mesma seita bolivariana.
O "marco regulatório da mídia", item do quarto mandato bolivariano, é justamente o nome fantasia para a destruição da liberdade de imprensa no país.
Diálogo? Sim, contanto que se aceite a truculência petista e seus abusos de poder. Deve-se responder a este diálogo com uma política de secessão. Não institucional (como nos EUA no século 19 entre o norte e o sul), não se trata de uma chamada à guerra, mas sim uma chamada à continuidade da polarização política.
A presidente ganhou a eleição dentro das regras e, portanto, deve ser reconduzida a presidência com soberania plena.
Mas nem por isso ela deve se iludir e pensar que representa o Brasil como um todo: não, ela representa apenas metade do Brasil. A outra foi obrigada a aceitá-la.
Precisamos de uma militância de secessão: que os bolivarianos durmam inseguros com o dia seguinte, porque metade do país já sabe que eles não são de confiança.
Que fique claro que a batalha foi ganha pelos bolivarianos, mas, a guerra acabou de começar, e começou bem.
O Brasil está dividido. Esta frase pode ter vários sentidos. O partido bolivariano venceu de novo, completando em 2018 16 anos no poder --o que já dá medo a qualquer pessoa minimamente inteligente ou sem má-fé política.
A divisão do Brasil hoje é fruto inclusive da própria militância bolivariana que insiste em falar em "nós e eles".
O fato da eleição para presidente ter sido decidida por alguns poucos votos a favor dos bolivarianos não implica que o lado derrotado veja a vencedora como sua representante legítima, ainda que legal.
O PT ensinou bem ao Brasil o que significa ódio político e agora corre o risco de provar do próprio veneno.
Falo de uma secessão simbólica, e que, creio, deve ser levada mais a sério pela intelligentsia (normalmente a favor do projeto bolivariano, mesmo que, às vezes, com sotaque e afetação francesa ou alemã).
Os intelectuais não estão nem aí pra corrupção. Seu novo slogan é "rouba, mas faz o social".
Não, não estou dizendo que aqueles que votaram contra o projeto bolivariano de domínio totalitário do país devam recusar institucionalmente o resultado das eleições.
Estou dizendo que devem levar a fundo uma política de recusa sistemática da lógica de dominação petista.
Os bolivarianos virão com sua "democratização das mídias", outro nome fantasia pra destruir a autonomia institucional, demitir gente "inadequada", tornar a mídia confiável aos projetos do "povo deles" -- o único que aceitam. Na verdade, fazer da mídia refém do movimento MTSM (os "trabalhadores sem mídia").
Esta recusa deve ser levada a cabo nas salas de aula das escolas de ensino médio (onde professores descaradamente pregavam voto na candidata petista), nas universidades, nos bares, nos empregos, nas redes sociais.
Dito de outra forma: a polarização do debate deve continuar, e se aprofundar. Sem trégua. Do contrário, o PT ficará no poder mil anos.
Pacto institucional, governabilidade, vida normal dentro das instituições democráticas, sim.
Mas secessão política cotidiana em todo lugar onde algum bolivariano quiser acuar quem recusar a cartilha totalitária petista.

luiz felipe pondéLuiz Felipe Pondé, pernambucano, filósofo, escritor e ensaísta,doutor pela USP, ... pela Universidade de Tel Aviv, professor da PUC-SP e da Faap, discute temas como comportamento contemporâneo, religião, niilismo,ciência. Autor de vários títulos, entre eles, 'Contra um mundo melhor' (Ed. LeYa).

Fonte: Mídia impressa