"O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética... O que me preocupa é o silêncio dos bons." - Martin Luther King

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

GILBERTO CARVALHO SERIA O NOSSO FIDEL SEM BARBA À FRENTE DOS CONSELHOS

Tudo foi pensado para dar certo. Mas, infelizmente, deu errado. Gilberto Carvalho deixaria a Secretaria-Geral da presidência e assumiria depois o poderoso Conselho Popular. E, a partir daí, se travestiria em uma espécie de “Fidel sem barba”, manipulando a seu bel-prazer todos os programas sociais do país, inclusive o Bolsa Família, que seria coordenado pelos conselhos populares estaduais. Foi como o Lula planejou quando exigiu que a Dilma mandasse para o Congresso esse entulho autoritário que se assemelha aos conselhos da revolução de Cuba e da Venezuela, uma extensão dos serviços de espionagens oficiais que têm como finalidade vigiar as pessoas para impedir casos de insurgências contra o governo.
Aliás, na Venezuela esse casuísmo atende pelo nome de Ministério de Comunidades e Movimentos Sociais que tem a finalidade de “treinar, conscientizar e organizar o povo para defender o que foi alcançado e avançar na construção de uma sociedade socialista”. O próximo passo petista seria criar esse ministério no Brasil e entregá-lo a Gilberto Carvalho, sonho, por enquanto, interrompido.
Na verdade, Gilberto Carvalho já é o responsável hoje pelo monitoramento dos setores sociais do governo. Na função de secretário-geral da presidência é da sua atribuição  atuar “no relacionamento e articulação com as entidades da sociedade civil e na criação e implementação de instrumentos de consulta e participação popular de interesse do Poder Executivo”, como bem lembra o colunista Merval Pereira, na sua coluna do Globo. Não é difícil, portanto, deduzir que o fiel escudeiro do Lula passaria a ter plenos poderes ao administrar todos os setores sociais do país, constituindo-se em um mega-ministro.
Ao perceber que essa seria a fórmula do Lula começar a esvaziar o seu segundo mandato, Dilma não hesitou. Fez cara de paisagem à votação do decreto na Câmara dos Deputados, depois que a mídia imputou ao ex-presidente a derrota de Henrique Alves ao governo do Rio Grande do Norte. Assim, cairia sobre as costas do presidente da Câmara a responsabilidade pela rejeição do decreto. Dilma demorou, mas está conspirando direitinho para evitar a mão de ferro de Lula sobre o seu novo mandato. É assim, inclusive, que ela vai se comportar na formação do novo ministério. Quer, a todo custo, impedir a hegemonia do PT na escolha de seus auxiliares diretos. Pretende, com isso, impor uma marca no seu segundo governo – que ainda não existe.
Como a manobra lulista de criar os conselhos não deu certo, coube a Gilberto Carvalho, o principal interessado, criticar o Congresso. Disse, por exemplo, que era uma “vitória de Pirro” e que a rejeição “vai contra os ventos da História”. De Renan Calheiros, presidente do Senado, recebeu logo um chega pra lá: “Sinceramente, mais uma vez, o ministro Gilberto Carvalho não está sabendo nem o que está falando”. A criação do conselho teria, entre outras finalidades, a de monitorar o eleitor. Deixaria nas mãos de Gilberto Carvalho a responsabilidade de administrar os programas sociais com o cadastro e o assistencialismo de todos os brasileiros dependentes do governo, uma manobra que visaria a prolongar indefinidamente a permanência do PT no poder.
Outro petista que se insurgiu contra a rejeição ao decreto da Dilma, foi o senador Humberto Costa, de Pernambuco. Depois de dizer que o povo do Rio Grande Norte agiu certo ao derrotar Henrique Alves, Costa também chamou de “débeis mentais” grupos de jornalistas que classificaram como “bolivarianismo” a proposta de se fazer um plebiscito para aprovação das mudanças do sistema político-eleitoral. Grupo, confesso, no qual este modesto articulista se inclui.

Em tempo: É isso mesmo, é o que você pensou. Humberto Costa é aquele mesmo que quando foi ministro da Saúde, em 2008, envolveu-se no escândalo da “Operação Vampiro”, a quadrilha que desviou 27 milhões de reais na compra de remédios do Ministério da Saúde.
Fonte: http://www.diariodopoder.com.br/artigos/gilberto-carvalho-seria-o-nosso-fidel-sem-barba-a-frente-dos-conselhos/


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