"O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética... O que me preocupa é o silêncio dos bons." - Martin Luther King

terça-feira, 19 de outubro de 2010

"A Cabana" pelo seu autor William Young


     Um acidente levou o canadense William Young e seu livro "A cabana" (Editora Sextante) ao topo da lista de mais vendidos no Brasil e nos Estados Unidos. A obra sequer foi escrita para ser publicada. Segundo o autor, que esteve no Brasil em 2008, para comemorar os 100 mil exemplares vendidos em dois meses, a fábula do encontro de um homem com Deus no mesmo lugar onde sua filha caçula foi brutalmente assassinada, foi escrita para ser dada de presente de Natal aos filhos.
     - Minha mulher me pediu para escrever uma história como um presente. Não tive dinheiro para imprimir o manuscrito no Natal de 2005. Mas consegui depois do Natal fazer 15 cópias de "A cabana" para entregar à família e amigos próximos. Era este o único objetivo. Muito da minha história está no livro - lembrou o autor, que cresceu em Papua Nova Guiné com seus pais missionários e estudou religião em Oregon, nos Estados Unidos.
     " Deus é uma negra, o Espírito Santo uma chinesa e Jesus um jovem do Oriente Médio. Todos pregam a igualdade e a liberdade "
     As crianças, como ele esperava, não se entusiasmaram muito. Mas alguns amigos leram imediatamente e começaram a repassar o livro para pessoas próximas. Young começou a receber e-mails de pessoas que nem conhecia dizendo que o livro impactara suas vidas. Ele decidiu enviar uma cópia de "A cabana" para um escritor que conhecia, que repassou o livro para dois produtores de cinema, Wayne Jacobsen e Brad Cummings.
     Após um encontro entre os produtores e Young, a história de Mackenzie Allen Philips foi reescrita quatro vezes em 16 meses até que a versão final foi enviada a 26 editoras norte americanas, metade delas religiosa. A maioria sequer respondeu.
     - As editoras cristãs acharam o livro herético. Já as que não eram religiosas acharam que havia muito Jesus. Tínhamos um livro e nenhuma editora o queria.
     Então Jacobsen e Cummings criaram uma editora só para lançar "A cabana" nos EUA. Resultado: o livro ficou na lista dos mais vendidos do jornal "The New York Times". Um fenômeno de público causado pelo marketing do boca-a-boca. Já foi traduzido para 36 idiomas e, segundo o autor, vendeu em todo o mundo mais de 4 milhões de exemplares.
     Há ainda a possibilidade de "A cabana" virar filme, mas William Young é cauteloso. Ele explica que é detentor dos direitos autorais do livro, mas seis grandes estúdios estão interessados na adaptação.
     - Eu não ligo para fazer um filme. Nem ligava para escrever um livro. Escrevi para meus filhos. Quero estar envolvido em coisas que Deus abençoe. Não quero mais fazer coisas e pedir para Deus abençoar porque eu acho que seja uma boa idéia. Muitas negociações estão acontecendo. Não estamos selecionando elenco. A princípio temos um diretor e um dos melhores roteiristas. Então, veremos.
     O livro foi escrito após William Young ter sofrido a perda de sua sobrinha e de seu irmão. O autor conta que também sofreu abuso sexual quando tinha quatro anos. Sua relação com o pai é complicada, assim como Mackenzie no livro.
     - Mack sou eu. Mas o que ele vive no livro em um fim-de-semana foi um processo que eu vivi em 11 anos.
     No livro, três anos após o seqüestro e a morte de Missy, sua filha mais nova, Mack recebe um bilhete misterioso marcando um encontro na cabana onde a menina foi brutalmente assassinada. Ele vai e passa um fim de semana com a Santíssima Trindade.
     Contrariando todas as expectativas do personagem, Deus se personifica como uma mulher negra, grandona, que cozinha para Mack. O Espírito Santo é uma chinesa ou mongol multicolorida e volátil que cuida do jardim. Jesus é um jovem do Oriente Médio que conserta e constrói coisas. Todos pregam a igualdade, o fim das hierarquias, a liberdade e são contra a culpa, as regras e as instituições. É uma visão bastante libertária do amor, do perdão, da redenção, do sagrado e do humano.

Fonte: Globo on line - 2008

2 comentários:

  1. Depois de ler A cabana passei a ver Deus de uma forma que nunca tinha pensado.
    Sem dúvidas foi o melhor livro que li na minha vida. Chorei, me emocinei e passei a acreditar muito no que Ele é capaz.
    Continue a nos abrilhantar com as excelentes e selecionadas matérias.

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  2. Eu também ja li A Cabana.
    É um livro muito maravilhoso e emocionante.
    Depois dele passei a ter Deus ao meu lado como um amigo de infância e não como uma autoridade "militar".
    É um livro que não deve ser lido em apenas um dia, mas sugiro um capítulo por dia, para que se possa ouvir Deus falar através daquelas experiências.
    Beijo.
    Ingrid.

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